Uma operação policial na Itália prendeu hoje 16 dirigentes de futebol e jogadores envolvidos em um esquema de compra de resultados de partidas de competições italianas nos últimos meses para uma rede de apostas no país.

Entre os jogadores detidos está Giuseppe Signori, ex-atacante do Nazionale que atuou pela seleção italiana na Copa do Mundo de 1994. Em entrevista à ANSA concedida momentos antes de ser encaminhado para a delegacia de Bologna, o atleta se recusou a responder perguntas.

“Mas você [jornalista] não tem nenhuma piedade nessa situação? Tenha piedade. Eu na posso dizer nada, vou me encontrar com meu advogado e ele falará por mim”, disse ele, a quem foi emitida uma ordem de prisão domiciliar.

Os detidos teriam influenciado nos resultados de confrontos de clubes da série B e C do Campeonato Italiano e da Liga Pro. O total de suspeitos de envolvimento no esquema soma trinta. Entre os nomes envolvidos no esquema também aparecem o dos ex-jogadores Mauro Bressan e Stefano Bettarini, os atuais atletas Cristiano Doni e Marco Paoloni.

A ação foi comandada pelo tribunal de Cremona, que emitiu sete ordens de prisão cautelar e nove prisões domiciliares. As detenções foram feitas pela polícia de Bari, Como, Bologna, Rimini, Pescara, Ancona, Ascoli, Ravenna, Benevento, Roma, Torino, Napoli e Ferrara.

O juiz de audiência preliminar Guido Salvini explicou que “a frequência das manipulações é impressionante” e acrescentou que houve “situações em que foram manipuladas simultaneamente até cinco partidas de futebol”. Entre os detidos também há titulares de agências de apostas e profissionais livres do ramo.

Salvini atestou que as escutas telefônicas “revelam a existência de uma espécie de tarifa máxima para a compra de lotes” de apostas. “Em 24 de março, um dos suspeitos disse por telefone” que os preços “são altos”. e que o valor de um resultado favorável na série B custaria 120 euros, enquanto na série C seria 60 euros.

“Tanto a frequência das manipulações como a atitude do grupo de tratar de todas as séries de futebol é um índice de uma forte capacidade de uma organização criminosa”, escreveu o magistrado.

A operação envolveu incursões nas casas dos suspeitos, entre possíveis receptores e em um escritório de uma empresa de contabilidade que consentiu com a ação para adquirir informações úteis para a investigação.


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Operação policial na Itália prende jogadores e dirigentes