O Corinthians manteve a média e perdeu mais uma. Desta vez por 1 a 0. A atual situação do clube é tão lastimável que jogar em casa – ou fora dela – não faz mais diferença. Em partida sem criatividade, em que os atletas pareciam enraizados ao gramado, nem o estádio cheio foi suficiente para empurrar o time.

Foram aproximadamente vinte mil corinthianos tomando chuva e assistindo a um desempenho vergonhoso das duas equipes. O que serviu como “cala a boca” a muitos críticos, que ressaltavam, ironicamente, a escassez de torcedores em jogos do Timão. É fato, infelizmente, que muitos preferem ficar em casa devido aos abusivos valores cobrados pelo ingresso.

Para quem não viu o jogo, o alvinegro paulista foi mal. Há quem diga – e não discordo – que o rebaixamento estaria de bom tamanho. Do tamanho do futebol apresentado em campo. Porém, a Portuguesa Santista também deixou a desejar. Embora seja a segunda colocada do seu grupo, atuou tão mediocremente que só conseguiu marcar através de uma bola parada, no rebote de um escanteio.

O desespero da torcida corinthiana era nítido. Nenhuma preocupação em esconder os rostos insatisfeitos, que intercalavam tristeza e raiva. Indignação, no entanto, era unanimidade. Até as crianças esboçavam suas tímidas manifestações. Talvez não soltassem o verbo por respeito aos pais, já que ao time não havia mais.

Ex-atletas como Biro-Biro, Neto e Basílio estavam nas numeradas e foram recebidos aos gritos de “entra em campo”. Forma de desabafo e reconhecimento àqueles que realmente honraram o distintivo do Corinthians. Resultado de uma torcida contemporânea carente de grandes ídolos.

A falta de confiança pairava no ar. Nos minutos finais da partida, cada vez que o placar eletrônico assinalava novidades sobre os demais jogos da rodada, o Pacaembu cruzava os dedos. O sentimento de alívio tomava conta de todos, acredito que até dos jogadores corinthianos, com o resultado desfavorável ao Juventus, também candidato a cair para a segunda divisão do Paulista. E tudo isso, mesmo significando a vitória de um grande rival.

Agora, o que resta aos corinthianos é serem humildes e concordarem com a perfeita colocação de um são-paulino: “os gols de Grafitte não serão apagados tão cedo da história do clube do Parque São Jorge” (Zé Bolão).

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Obrigada, São Paulo