A eleição para Melhor Jogador do Mundo, promovida pela FIFA, mais uma vez movimenta o fim de ano. Todos querem saber quem será o dono da bola. Ronaldinho Gaúcho, Schevchenko e Thierry Henry são os finalistas desta vez. E especulações não faltam. Todos querem dar o seu pitaco. Eu, como jornalista pitaqueiro que sou, também darei minhas impressões sobre quem deve ganhar.

Vale lembrar que nem sempre o melhor vence. Muitas vezes a FIFA atende a interesses e elege alguém que não merece. Em 2002, por exemplo, a entidade resolveu corrigir o equívoco da Copa do Mundo, quando deu a Oliver Kahn o título de craque do Mundial, na eleição do fim do ano. Ronaldo, disparado o nome do pentacampeonato, foi o Melhor do Mundo. Não merecia. Este ano, creio que injustiças não ocorrerão. Os três candidatos merecem estar nesta final.

Schevchenko não tem a habilidade de Ronaldinho. Talvez não consiga sequer fazer dez embaixadinhas seguidas (digo isso porque, confesso, nunca o vi treinando). Mas faz gols com uma maestria de dar inveja. O ucraniano é daqueles que sabem que só sobreviverá caso realize com sucesso o talento que Deus lhe concedeu. No caso de Schev, é marcar gols.

Graças a eles, o Milan foi campeão italiano e pode ser considerado um dos favoritos ao título da Liga dos Campeões. Porém, por não ter a fantasia de Ronaldinho e Henry, creio que o atacante é o mais fraco dos candidatos. Mas eu queria tê-lo no meu time. Sempre.

Já Ronaldinho Gaúcho é talento puro. Sua habilidade com a bola é monstruosa. Não há dúvidas que a volta do Barcelona entre os grandes times do planeta deve-se a Ronaldinho. Sem ele, o Barça viveu, nos últimos anos, à sombra do rival Real Madrid. Com ele, os catalães voltaram a sorrir e a sentir orgulho do clube.

Suas jogadas deixam o torcedor do Barcelona com o sentimento de que será possível vencer a Liga dos Campeões e o Campeonato Espanhol. Mas, enquanto esses dias de glória não chegam, Ronaldinho corre para tentar ser o melhor do mundo, mesmo sem ter conquistado um único título na temporada, ao contrário de seus rivais. E contrariando todos os vencedores anteriores, que foram os melhores do mundo com pelo menos uma faixa de campeão no peito.

Thierry Henry vem de uma temporada impecável com o Arsenal, campeão inglês invicto. Seus gols derrubaram defesas ditas intransponíveis; suas jogadas foram sensacionais. Ele conseguiu unir objetividade com fantasia. Não foi brilhante na Eurocopa, a ponto de ser uma grande decepção dos franceses. Mas a primeira metade do ano no Arsenal foi memorável. Gols maravilhosos, jogadas de encher os olhos.

Ronaldinho Gaúcho é a fantasia. Schevchenko é seguro na hora de marcar gols. Thierry Henry é o atacante que une fantasia com frieza quando joga. Por isso, o jogador do Arsenal seria o meu eleito caso eu votasse na eleição para Melhor Jogador do Mundo pela FIFA. Como não voto, me resta deixar registrada minha opinião. Mesmo que isso não altere o rumo da história.


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O melhor do mundo nem sempre é o melhor

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