O número de estrangeiros atuando no futebol brasileiro aumentou 66% nos últimos seis meses, passando de 29 no final do Brasileirão do ano passado para 48 neste ano, entre eles jogadores de renome internacional como o holandês Clarence Seedorf e o uruguaio Diego Forlán.

O crescimento do número de estrangeiros nas equipes brasileiras foi destacado em um relatório divulgado nesta quinta-feira pela empresa de consultoria especializada Pluri sobre os jogadores contratados pelos 40 clubes das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro.

O Brasil se transformou nos últimos meses em um novo destino do futebol internacional devido ao fortalecimento dos clubes locais e às dificuldades que enfrentam os europeus como consequência da crise econômica internacional.

Apesar do aumento dos estrangeiros, apenas 22 das 40 equipes principais contam com estrangeiros em seus plantéis e só 3,4% de seus 1.422 jogadores são oriundos de outros países.

Segundo a Pluri, esses pequenos números “dão uma ideia do potencial de importação do mercado brasileiro”.

Apesar do crescimento, acrescenta a empresa de consultoria, “o Brasil é o país mais fechado aos jogadores estrangeiros entre os 60 principais mercados do futebol mundial, inclusive porque as normas restringem que os clubes brasileiros tenham apenas três estrangeiros relacionados para uma partida”.

Os clubes com maior número de estrangeiros inscritos, com cinco jogadores cada, são o Internacional e o Figueirense.

O Inter, que já contava com os volantes argentinos Guiñazú e Bolatti e com os meias também argentinos D’Alessandro e Dátolo, se reforçou este ano com o uruguaio Forlán, considerado o melhor da Copa do Mundo da África do Sul 2010.

O Figueirense tem em seu elenco o zagueiro argentino Canuto, o lateral direito paraguaio Saldívar, o meia paraguaio Pittoni e o atacante argentino Niell, e se reforçou este mês com o uruguaio Loco Abreu.

O Corinthians, atual campeão brasileiro e da Copa Libertadores, foi o clube que mais investiu em estrangeiros na última janela, com a contratação do peruano Paolo Guerrero e do argentino Juan Manuel Martínez.

O Cruzeiro conta com o estrangeiro mais valioso do futebol brasileiro, o argentino Montillo, cujo valor de mercado é calculado pela Pluri em 9,1 milhões de euros (mais de R$ 22 milhões).

Na lista seguem Atlético-PR (3 estrangeiros), Grêmio (3), Flamengo (3), Palmeiras (3), Santos (3), São Paulo (2), Vasco (2) e Botafogo (2).

Quanto às nacionalidades, os argentinos são maioria com 22 de um total de 48 estrangeiros, seguidos pelos uruguaios (7), paraguaios (5), chilenos (3), equatorianos (2), peruanos (2) e colombianos (2).

Dos 48 estrangeiros, apenas quatro não são sul-americanos: o holandês Seedorf (Botafogo), o nigeriano Henry Ugwunna (ASA de Arapiraca), o chinês Chen Zhizhao (Corinthians) e o angolano Geraldo (Paraná).

Segundo o estudo da Pluri, os 48 estrangeiros, com idade média de 26,6 anos, têm um valor de mercado somado de 89 milhões de euros (mais de R$ 200 milhões).

A empresa de consultoria assegura que o número de estrangeiros tende a aumentar levando-se em conta que o Brasil é o país economicamente mais forte da América do Sul, tem uma moeda mais valorizada do que a de seus vizinhos, além de clubes com receitas maiores e melhores salários.

Além disso, o estudo aponta que o Brasil tem um campeonato nacional mais competitivo e cita o fato de que “a crise econômica diminuiu a demanda europeia por jogadores latinos”.


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Número de estrangeiros no futebol brasileiro cresce 66% em menos de um ano

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