Alvo de manifestações homofóbicas da torcida do Cruzeiro durante as semifinais da Superliga de Vôlei no mês de abril do ano passado, o meio de rede Michael, do Vôlei Futuro, voltou a falar sobre o assunto quase um ano após o ocorrido e garante que sua atitude, ao reagir e causar repercussão nacional, ajudou a inibir as ofensas vindas das arquibancadas, mas admitiu que ainda convive com o desrespeito.

“Sempre vai ter uma, duas, três pessoas que vão fazer essa brincadeira, como sempre teve. Mas não vou brigar com duas pessoas em um ginásio, não vou deixar isso influenciar meu jogo. Estamos no século 21, as pessoas estão mudando, mas ainda terão alguns que não vão crescer”, declarou Michael em entrevista ao jornal Lance!.

De acordo com Michael, o episódio do ano passado foi um fato isolado, já que ele nunca havia divulgado sua opção sexual. “Nunca precisei assumir para ninguém, eu sempre fui basicamente isso”, revelou.

“Aonde vou, todos falam que adoraram minha atitude. Isso realmente contribuiu para dar um passo muito grande para que isso não aconteça mais, pois isso pode machucar alguém. Acho que as pessoas vão pensar antes de agir dessa forma. O esporte em geral é muito machista. Isso contribui para as pessoas pararem e pensarem sobre esse tipo de torcida”, avaliou Michael.

Apesar de revelar sua opção sexual, Michael confidenciou que nunca namorou ninguém, e tampouco se relacionou com alguém ligado ao esporte: “Até por ser gay e ter medo de alguma retaliação, sempre mantive minha vida particular muito minha”. Afinal, ele disse nunca ter conhecido outra pessoa com a mesma orientação: “Tem gente que se esconde. Não que eu esteja discriminando quem se esconde”.



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Michael, do Vôlei Futuro, diz que ajudou a inibir homofobia no esporte