<br>O técnico Mano Menezes, desde as suas épocas de Grêmio, sempre foi rotulado como um dos "retranqueiros" do futebol, mas vem provando a cada dia que é um treinador que sabe armar sua equipe de acordo com as circunstâncias de uma partida. Pelo menos, nesta última quarta-feira no Morumbi, foi desta forma. Diante do bom time do Sport-PE, pela decisão da Copa do Brasil, Mano mandou o Corinthians pra frente, e ainda no primeiro tempo, o jogo já estava 2 a 0 para o Timão.

"Demos uma boa arrancada. Nossa equipe soube se portar com responsabilidade, atacar e pressionar o Sport no momento certo, e o nosso início foi fundamental para a construção do resultado. Agora, quem tem a pressão de vencer são eles, estamos em vantagem", afirmou. Jogando na Ilha do Retiro, o Leão mostrou-se muito forte e eliminou oponentes como Palmeiras, Internacional-RS e Vasco. Embora a dificuldade seja eminente, Mano não se assusta. "Lógico que jogando em casa eles estarão mais confiantes e a vantagem que temos dependerá do começo do confronto, mas o Corinthians vem jogando bem fora de casa, como por exemplo, no Engenhão [na semifinal contra o Botafogo]", alertou.

Para Mano, o placar apontando dois gols de diferença foi bom, mas poderia ter sido melhor. "Toda equipe sente um gol tomado aos 45 minutos do segundo tempo, ainda mais vencendo por 3 a 0, resultado que seria difícil reverter lá na Ilha". Mas ponderou. "Entretanto, não é o fim do mundo. A vantagem ainda é nossa e se o Corinthians quiser ser campeão, terá que ter atitudes de um time campeão, e tem que suportar a pressão em Recife, explorando melhor os contra-ataques do que fizemos hoje. O placar foi 3 a 1, não só por descuido na marcação, mas pelo desperdício de contra-ataques", explicou.

Com 3 a 0 para o clube paulista, na metade do segundo tempo, o técnico do Sport-PE, Nelsinho Baptista, optou por colocar mais atacantes em campo, assim como já havia feito no intervalo. O time pernambucano melhorou o seu rendimento, e por alguns instantes, o Corinthians de Mano pareceu ver o Leão jogar. Um dos atacantes, Enílton, marcou o gol fora de casa que deu esperanças para o Sport-PE buscar o título em Recife, aos 90 minutos de jogo. Questionado sobre a substituição de Alessandro por Fábio Ferreira no final da segunda etapa, Mano comentou os questionamentos sobre a retranca, que evidentemente, foi armada para conter o avanço pernambucano.

"Vieram me falar que chamei o Sport pra cima porque coloquei um zagueiro. Nenhum técnico de futebol chama o adversário para o campo de defesa. Hoje [ontem], perdendo por 3 gols, a equipe do Sport sentiu a necessidade de marcar um gol fora de casa e teve todos os méritos em empurrar o Corinthians pra trás e conseguir o seu objetivo", esclareceu, afirmando que camisa não irá ganhar jogo. "Treinadores preferem acreditar mais no empenho, no treinamento e no trabalho", salientou.

Sobre a escalação mais "defensiva" de Alessandro no lugar de Lulinha, Mano revelou o motivo da escolha. "Eu já sabia que o Lulinha não jogaria desde ontem [terça-feira]. Nos primeiros movimentos do treinamento, ele sentiu a lesão sofrida no sábado e eu não arriscaria e nem seria irresponsável de escalar um jogador sem condições. Não foi uma questão unicamente tática", defendeu-se, dizendo que para o duelo de Recife, Lulinha deve estar à disposição. Sinal de que, desta vez, o Corithians deve de fato jogar nos contra-ataques.

Em relação ao comportamento do Timão na próxima semana, Mano pregou a manutenção do trabalho do grupo. Retranca, saídas em velocidade ou os dois juntos? "O Corinthians tem uma vantagem para ganhar o título. Não ganhou nada ainda, mas saiu na frente. Não vou me retrancar ou assistir o Sport jogar e nossa maneira de jogar não vai mudar em nada por causa da vantagem", concluiu, deixando a dúvida no torcedor de como o Corinthians deve se postar em campo, no Recife.

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Mano refuta rótulo de retranqueiro e manda Timão pro ataque

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