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Outro jogador que comentou o contato com a ditadura durante o Mundial de 1978, foi o ex-goleiro Emerson Leão que fez referências ao regime militar argentino comandado pelo presidente Rafael Videla.

"Na Argentina eu senti de perto os perigos da ditadura, em Córdoba, por exemplo, onde ficamos hospedados, sempre ouviamos tiros durante a noite. Na manhã seguinte os seguranças da delegação sempre comentavam conosco que não sei quantos tinham morrido na noite anterior", revelou

O atual treinador ainda desmerece o título dos nosso hermanos argentinos no Mundial. “Aquela Copa, estava comprada pelos militares argentinos desde do inicio para os donos da casa. Era o seguinte ou eles ganhavam ou ganhavam”, exclamou.

Entretanto, Leão afirmou não ter sentido os efeitos da falta de democracia no Brasil. “Disputei 4 Copas nesse periodo (1970, 1974, 1978 e 1986) e joguei pelo país todo nesse periodo.O esporte não recebia influência de fatores externos”. Ele complementa: “Os jogadores desse época eram descompromissados, não tinham compromentimento com nada que não fosse relacionado ao futebol”, salientou.

O capitão do Brasil na Copa do Mundo de 1970, disputada no México, Carlos Alberto Torres, vai além da opinião do ex-arqueiro. “Jogador de futebol era e ainda é alienado politicamente. Quem disser que se importava com isso na época, com certeza está mentindo. Nunca conheci ninguém com esse perfil”, polemizou.

O ex-lateral-direito da seleção ainda lembra da sua convivência com o então presidente Emílio Garrastazu Médici. “Tive contato duas vezes com ele que me lembre. Uma antes do Mundial, quando visitamos o Palácio da Alvorada em Brasília para receber votos do boa sorte e outra quando fomos mostrar o Taça Jules Rimet pra ele, também em Brasília. Ele sempre foi muito cordial”, revelou Torres, que acredita na não participação de Médici no caso Dadá Maravilha.

O general teria exigido a convocação do atacante do Galo ao então técnico João Saldanha, que não obedeceu e foi demitido logo na sequência.

“Acho que ele não teve influência no caso do Dadá Maravilha, ele era muito reservado. No máximo acho que ele tenha sugerido, mas não obrigado a convocação”, encerrou o camisa 4 do tricampeonato mundial brasileiro.

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