A Williams realizou uma boa pré-temporada neste ano. Sabia que não começaria vencendo corridas, porém a expectativa era boa. Antes do GP da Austrália, Rubens Barrichello demonstrou otimismo em entrevista à Jovem Pan. “Nosso carro é melhor que o do ano passado, mas é impossível saber onde estamos no grid”.

Três corridas depois e o discurso já é outro. A Williams registra o pior começo de temporada da sua história, com zero ponto. “Temos que melhorar”, disse Rubinho após o GP da China, no último domingo.

A próxima etapa é somente dia 8 de maio, em Istambul, na Turquia. Até lá, o trabalho na fábrica em Grove será intenso. Cabe a Barrichello, supervisionar o desenvolvimento de São Paulo. “É um contato diário. Telefone, e-mail. Graças a Deus eu consigo ser detalhista. Quando há uma corrida longa como a da China, onde briguei com Toro Rosso e Sauber, dá para comparar e dizer onde se ganha e onde se perde. Eles conseguem fazer outras análises. Onde perdemos nós sabemos bem. Eles têm que trabalhar em cima disso”.

Ainda que a Williams não demonstre saber como fazer o FW33 render mais, as áreas onde o carro tem perdido velocidade são bem conhecidas. “Perdemos muita performance dos testes para cá. Sabemos porque foi perdido, mas não estamos conseguindo recuperar . Tanto a altura do carro, como coisas que no frio do teste a gente conseguia ter e agora não tem com o calor. 80% das corridas serão no calor. Então precisamos recuperar o que foi perdido”, disse Rubinho.

Barrichello detalha ainda mais: “O carro tem que andar com aerodinâmica muito mais aberta para resfriar. O carro perde performance por isso. A altura do carro a gente está tendo problemas com a utilização da madeira embaixo do carro. Então ele tem que andar mais alto, e perde ainda mais performance. O carro não está do nível que esteve em Barcelona nos testes. Eles precisam criar um milagre para voltarmos pelo menos ao ritmo do teste. Nós achamos que erámos pelo menos 8 décimos mais rápidos do que isso. Estaríamos bem pra frente”.

Até o dia 8, há tempo hábil para o milagre citado pelo brasileiro? “Não dá tempo de fazer milagre até Turquia. Preparados pra lá temos asa dianteira, asa traseira, novo assoalho. Talvez alguma coisa melhore”.

Para tentar viver um melhor momento, Barrichello promete fazer o que é possível à distância da fábrica. “Não tem muito o que o piloto fazer, a não ser supervisionar e dizer ‘e aí, chegamos ao ponto de ter essa diferença na próxima corrida ou não?’. O escapamento será retardado. Não usaremos em Istambul. Ele só chegará em Barcelona, etapa seguinte à da Turquia, com novo assoalho”.


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Felipe Motta: "Barrichello espera um milagre"