(Atualizada às 17h35)

Mesmo com a goleada de 3 a 0 aplicada pelo Palmeiras ante o Linense nesta quarta-feira, o clima no vestiário alviverde não foi de plena tranquilidade. Isso porque Felipão utilizou a coletiva de imprensa pós-jogo para tornar pública a sua insatisfação com parte da imprensa que cobre o clube diariamente.

Luiz Felipe Scolari criticou e até ameaçou o repórter da ‘Folha de S. Paulo’ que publicou uma matéria onde comparava o salário do treinador com a folha de pagamente dos adversários que foram derrotados pelo clube em 2011.

“Eu já disse uma vez para todo mundo: se um dia acontecer alguma coisa, vou buscar quem escreveu essas coisas no inferno. Que fique bem claro de novo. Falem de mim por ser bom treinador ou não, mas deixem o que eu ganho ou não de lado. Eu aviso que vou buscar quem escreveu lá do inferno. É uma ameaça? É, ok? Vou tomar minhas providências. Esse daí tem que descer dos tamancos holandeses que ele usa”, disse o treinador bastante irritado.

No final do ano passado, Felipão se reuniu com jornalistas e, em conversa fechada, pediu para que os repórteres parassem de expor com frequência o seu salário. Scolari tem medo de ser vítima da violência da cidade de São Paulo.

Palmeiras se defende 

Nesta quinta-feira, através de seu site oficial, o Palmeiras emitiu uma nota de repúdio ao jornalista Rodrigo Bueno e à ‘Folha de S. Paulo’. Veja abaixo o comunicado na íntegra.

Nota de repúdio à Folha de S.Paulo

A Sociedade Esportiva Palmeiras – em nome de sua diretoria, treinador, comissão técnica e atletas – vem a público repudiar o teor ofensivo de reportagem do jornalista Rodrigo Bueno, publicada no caderno Esporte, do jornal Folha de S.Paulo, do último dia 23 de março, intitulada “Scolari vira algoz apenas de humildes”, que compara o salário do técnico com a folha de pagamento dos times chamados pequenos. 

É de se estranhar que um jornal do porte da Folha de S.Paulo, com seu histórico cuidado editorial, publique um texto sem nexo e francamente agressivo contra Luiz Felipe Scolari e o Palmeiras. 

Qual a novidade (ou interesse jornalístico) em publicar que no futebol há diferença entre salário de técnicos, jogadores e clubes de futebol? Isto ocorre desde os primórdios do esporte, não só em clubes paulistas, mas no Brasil e no mundo inteiro. 

A Folha de S.Paulo consegue explicar por que os alvos da reportagem foram Luiz Felipe Scolari e o Palmeiras? Por que a insistência em citar sempre como exemplo o treinador palmeirense, e não o de outros clubes? O jornal vai fazer o mesmo em jogos de outros times, inclusive com o de coração de Rodrigo Bueno, um notório caso de profissional que rompe o limite entre ser torcedor e jornalista e que, por vezes, ironiza conquistas da Sociedade Esportiva Palmeiras? 

Sugerimos que a Ombudsman da Folha de S.Paulo, Suzana Singer, recupere os textos de Rodrigo Bueno sobre o Palmeiras e faça uma análise crítica. 
Por que o jornalista exemplificou, para dar sustentação à tese de seu texto, justamente o salário do técnico Scolari, este que em reunião entre os profissionais da mídia e diretoria da Aceesp solicitara não publicar mais detalhes e valores de seu salário por uma questão de segurança familiar? 

Não queremos da Folha de S.Paulo, ou de qualquer outro veículo de comunicação, benesses ou textos elogiosos, mas exigimos ética, imparcialidade e isenção. 

Por fim, senhores editores da Folha de S.Paulo, Conselho Editorial e Ombudsman: a torcida do Palmeiras e todos os seus dirigentes sabem distinguir o bom e o mau jornalismo. 

Desejamos, sempre, trilhar um caminho de ajuda mútua e respeito. 


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Felipão esbraveja e ameaça repórter da 'Folha de S. Paulo'

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