A última corrida da Fórmula Mundial em território norte-americano nesta temporada será disputada no próximo sábado à noite (24), no circuito oval de Las Vegas, em Nevada. Depois desta etapa, a categoria realiza mais três provas em três continentes diferentes para decidir o campeão de 2005. Vai pela primeira vez à Coréia do Sul, passa pela Austrália e encerra o campeonato no México, em novembro. Na despedida temporária dos Estados Unidos, país onde toda a sua estrutura está montada, a categoria promove a solidariedade. A renda da corrida deste fim de semana será revertida para a Cruz Vermelha norte-americana, que ajuda as vítimas do furacão Katrina. A doação do dinheiro dos ingressos será apenas uma parte do trabalho de cooperação proposto pelos organizadores da Fórmula Mundial.

Desde a semana passada os promotores da categoria estão realizando leilões e vendas no site oficial com itens relacionados ao automobilismo e equipamentos de pilotos e equipes. Em apenas três dias, os 91 objetos colocados para o público renderam cerca de US$ 15 mil, quantia que deve aumentar significativamente com o dinheiro da bilheteria. Os patrocinadores da Fórmula Mundial também estão envolvidos no trabalho de angariar fundos. Parte do prêmio que a Bridgestone entrega regularmente ao autor da pole position será destinada ao projeto. "Sentimos o dever de ajudar o máximo possível as vítimas deste desastre e acreditamos que nossas iniciativas são muito importantes", disse Dick Eidswick, que nesta semana deixou a presidência da Fórmula Mundial para assumir outro cargo na administração da categoria. O novo presidente é Steve Johnson.

Diferente do que ocorreu nas temporadas anteriores, quando a categoria vivia uma grave crise financeira, a troca no comando da Fórmula Mundial desta vez era algo previsto e muito bem planejado. Mudou o responsável pelas decisões, mas não os projetos e objetivos. Steve Johnson assume o cargo apenas com a responsabilidade de manter a ótima fase de ascensão da Fórmula Mundial, que construiu um calendário forte, superou a média de 150 mil pessoas por corrida e espera chegar ao fim do ano com a marca de 2 milhões de espectadores. Para a temporada de 2006, a programação prevê 16 etapas, um aumento de duas provas em relação ao campeonato deste ano. Dentro da pista, os promotores da nova Fórmula Mundial também não têm do que reclamar.

O campeonato se aproxima do final com um nome muito forte na disputa pelo título: o francês Sebastien Bourdais (Newman/Haas), que lidera com folga e parte firme para o bicampeonato após quatro vitórias. Restando quatro etapas para o encerramento da temporada, a situação do primeiro colocado é confortável, principalmente considerando que ele é o piloto mais regular do ano (terminou todas as dez provas realizadas até o momento). Só que com pelo menos 135 pontos em jogo, ainda não é possível dizer que o francês está com a mão na taça. Sua maior ameaça é o próprio companheiro de equipe, Oriol Servia (Newman/Haas), que substitui Bruno Junqueira até o brasileiro se recuperar de um acidente sofrido em maio. A diferença entre eles é de 61 pontos.

A fase da Newman/Haas é muito boa. Foram quatro vitórias consecutivas nas últimas provas (incluindo a primeira da carreira de Oriol Servia). Mas para os adversários não havia hora melhor para interromper o bom momento dos concorrentes. A pista que recebe a corrida deste fim de semana, um oval longo, é diferente de todos os outros circuitos da temporada, o que impede um prognóstico mais seguro. O traçado que mais se aproxima é o de Milwaukee, um oval curto, onde o domínio foi das equipes RuSPORT e Forsyrthe, as duas maiores rivais da Newman/Haas. A prova noturna de sábado pode ser o momento da virada para Paul Tracy (Forsythe), terceiro no campeonato, Justin Wilson (RuSPORT) e AJ Allmendinger (RuSPORT), quarto e quinto colocados, respectivamente.

Um alívio também para Cristiano da Matta (PKV), que finalmente está de volta a um circuito menos ondulado. O brasileiro, que chegou a vencer em Portland, vive um ano de altos e baixos. Seu carro rende bem em pistas permanentes e mais lisas, mas se comporta muito mal nos circuitos de rua, predominantes no calendário. “Todos que alinharem no grid têm chance de vencer esta corrida. A pista é muito fácil de guiar, você acelera o tempo inteiro. O que vai definir esta prova são os pit stops e o vácuo. Abrir a última volta em segundo lugar pode ser um ótimo negócio. Estaremos muito fortes em Las Vegas, porque somos bons de pit stops e andamos bem em Milwaukee, o outro oval do calendário”, afirma.

O outro brasileiro da categoria, Ricardo Sperafico (Dale Coyne), segue fazendo milagres. Ele compete pela pior equipe do grid e tem apenas dois mecânicos. Os outros, o time contrata no próprio local da corrida, para economizar nos custos da viagem. Mesmo neste esquema pouco confortável, conquistou seu melhor resultado na categoria há duas corridas, em Denver, terminando em oitavo lugar. Circuito oval ele já conhece, porque correu em Milwaukee, mas andar durante a noite será uma experiência diferente para o paranaense. A prova está marcada para às 00h30 (no horário de Brasília) da madrugada de domingo (25) e terá transmissão do Sportv. No ano passado, a vitória que marcou a estréia do circuito no calendário foi de Sebastien Bourdais.

Classificação do campeonato (após 10 de 14 provas):
1) Sebastien Bourdais (FRA), 276 pontos
2) Oriol Servia (ESP), 215
3) Paul Tracy (CAN), 211
4) Justin Wilson (ING), 204
5) A.J. Allmendinger (EUA), 164
6) Mario Dominguez (MEX), 163
7) Alex Tagliani (CAN), 152
8) Jimmy Vasser (EUA), 148
9) Timo Glock (ALE), 146
<b>10) Cristiano da Matta (BRA), 121</b>


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F-Mundial ajuda vítimas do furação Katrina