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Marcado pela alta desigualdade social, o Brasil tem, nos esportes considerados de elite, competidores de nível internacional na Olimpíada. O Hipismo e a Vela já trouxeram muitas medalhas olímpicas para a terra do futebol. Porém, para praticar tais esportes profissionalmente por aqui, é preciso, além de talento, muito dinheiro.

Dona de 14 medalhas olímpicas, a Vela pode ser praticada em clubes ou escolas. No entanto, a mensalidade para os iniciantes sai, em média, por R$ 90,00. Se você quiser se tornar profissional, terá que desembolsar no mínimo R$ 2.500, além de gastos mensais de 250 reais.

"Se alguém quiser competir, tem que comprar um barco que varia, dependendo da categoria que você escolher, de R$ 2.500 até R$ 1 milhão. Uma vez competidor, você terá um gasto mensal mínimo de R$ 250,00 para manutenção do barco", explica Murillo Novaes, gerente de comunicação da CBVM (Confederação Brasileira de Vela e Motor).

Porém, Murillo não crê que a Vela seja um esporte de elite e afirma que a maioria dos praticantes são de classe média, além de existirem meios de se conseguir um patrocinador para aquele jovem que se destaca. "Não gostamos dessa idéia de esporte de elite. A Vela tem o mesmo custo de Tênis e Golfe e é mais barata que o Kart, por exemplo. Cada vez mais a maioria dos praticante são de classe média. Se um jovem se destacar e não puder arcar com os custos, ele pode conseguir um patrocinador", afirma.

Considerado o mais caros dos esportes, o Hipismo não nega a pecha de ser composto por competidores ricos. Para se iniciar, a escola da Hípica do Rio de Janeiro cobra uma mensalidade de R$ 400,00 dos praticantes.

Se o jovem decidir ir mais a frente e quiser competir terá um gasto médio mensal de R$ 2.000, além de ter que comprar o cavalo, que sai em torno de R$20.000. "Geralmente quem pratica o hipismo tem alguém rico por trás. Para uma criança competir, ela deverá comprar um cavalo e os aparelhos para a montaria", explica Coronel Carlos Galvão, diretor técnico da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo).

Segundo o diretor, o que pode acontecer com os que não possuírem verba para comprar um cavalo é arrumar, assim como na Vela, um patrocinador. "Uma pessoa rica que goste de cavalos pode emprestar o seu a algum atleta, ou, com a intenção de valorizar seu animal, essa pessoa cede seu cavalo."

Robert Scheidt, Lars e Torben Grael são os grandes ícones do Brasil na Vela. Torben é o maior medalhista olímpico da história do país com cinco medalhas conquistadas, sendo duas de ouro, uma de prata e duas de bronze. O caro esporte de Scheidt é também o que mais rendeu pódios para nós nos Jogos Olímpicos. Ao todo, vimos a bandeira nacional hasteada 14 vezes, o que torna o país do futebol potência mundial na Vela.

Já o Hipismo tem no milionário Rodrigo Pessoa seu maior expoente. Dono do cavalo Baloubet du Rouet, que está avaliado em milhões, o atleta conquistou medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, no salto individual. Em Sydney (2000) e Atlanta (1996), o Brasil ganhou bronze no salto em equipe.

Os números mostram que, quando o assunto é competição, os esportes de elite no Brasil não fazem feio. Pelo contrário, muitas vezes são apenas eles que trazem uma medalha para cá nos Jogos Olimpícos, enquanto que os primos pobres como futebol e basquete voltam ao país de mãos abanando.


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Esportes de milionários rendem medalhas para o Brasil

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