Faltando menos de 15 dias para o início dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, o Portal Virgula inicia uma série de reportagens com os atletas brasileiros de destaque no esporte nacional e esperanças de medalhas em uma das competições mais importantes do cenário mundial.

Para iniciar o Especial Pan, abrimos a série com Luisa Matsuo, uma das atletas mais experientes do grupo brasileiro que defenderá o título de campeã por conjunto do Pan-Americano de ginástica rítmica, conquistado no Pan do Rio, em 2007. 

Além da preparação e da expectativa para a competição no México, Luisa elege o Canadá como principal adversário na busca pelo título entre as equipes e também fala sobre como faz para se divertir nas horas vagas entre uma competição e outra. Veja a entrevista na íntegra.

Portal Virgula – Como está sendo a preparação para o Pan de Guadalajara?
Luisa Matsuo – Nossos treinos têm sido muito intensos, pois ao contrário dos outros países, estamos reunidas apenas desde fevereiro. Ficamos o ano todo buscando a harmonia do grupo e tentando ganhar o máximo de experiência em quadra para que a gente consiga apresentar em Guadalajara o que estamos treinando. 

PV – Depois de vencer o Pan no Rio e ter uma grande decepção em Pequim (ficaram na última colocação), existe pressão para uma boa atuação no México? Qual a expectativa?
LM – A principal cobrança para uma boa atuação no México parte de nós mesmas, pois treinamos muito, abrimos mão de estar perto de nossas famílias e amigos, e só Deus sabe as dificuldades que enfrentamos no dia a dia para chegar na hora e executar uma série sem faltas. Mas infelizmente a ginástica rítmica é um esporte que mede o esforço e dedicação em uma única oportunidade de 2,30 min e que ainda precisa contar com a sorte, pois estamos sujeitas a imprevistos como o que aconteceu no mundial, onde um de nossos aparelhos quebrou durante a apresentação. Por isso não considero a participação do Brasil em Pequim como “…uma grande decepção”, a equipe se preparou com grande dedicação e aquele grupo de meninas deu o seu máximo, mas infelizmente fatalidades acontecem! Outros países erram da mesma forma, porém por não ter tradição nesse esporte, para o Brasil errar significa muito mais. Sempre que ocorrem grandes mudanças, sabemos que as críticas e cobranças são maiores. No ciclo de Pequim a estrutura seleção brasileira de ginástica passou por grandes mudanças, e nesse ciclo, novamente enfrentamos uma situação como essa. Nosso foco é o Pan desde fevereiro, quando nos reunimos. Com uma nova técnica, uma equipe de ginastas novas, com coreografias e músicas novas também, em oito semanas nos preparamos para nossa primeira competição. Mesmo com o pouco tempo, ainda conseguimos ficar no nível dos nossos principais rivais no Pan e em algumas apresentações tivemos até notas superiores. Sabemos que não será fácil, mas nosso principal objetivo é competir bem e o resultado será consequência disso. Viajaremos para Guadalajara com a sensação de que fizemos tudo que estava ao nosso alcance para nos prepararmos. 

PV – Após 2007, você viu alguma mudança com relação ao apoio de empresas privadas ou públicas com relação a investimento na ginástica rítmica?
LM – Com certeza o esporte ganhou mais visibilidade e apoio. A Caixa Econômica Federal patrocina a ginastica brasileira e o apoio do COB  são grandes impulsionadores desse esporte. 

PV – Qual será a principal equipe que o Brasil terá que bater para levar o ouro por equipes novamente?
LM – Canadá. 

PV – Um Mundial seguido do Pan atrapalha ou ajuda na preparação?
LM – O mundial não estava nos planos, e a oportunidade surgiu com a desistência de dois países. Participar de competições desse nível só tem a contribuir para o amadurecimento do grupo. 

PV – O que vocês fazem para se divertir durante o período de concentração na Vila? É possível dar uma saída para conhecer lugares ou a noite dos lugares?
LM – Quando não estamos treinando aproveitamos o tempo para descansar, fazer fisioterapia e se distrair um pouco. Às vezes é possível sair um período para conhecer a cidade, mas a noite dos lugares fica só para depois da competição, uma boa noite de sono para um atleta que se prepara para uma competição importante… faz muita diferença.

Nota da Redação: O Brasil terminou o Mundial deste ano disputado na França em 22º lugar e não conseguiu garantir vaga nos Jogos Olímpicos de Londres.


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Especial Pan: Luisa Matsuo, da ginástica rítmica, elege Canadá como principal adversário

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