O <b>Vírgula Esportes</b> conseguiu uma entrevista exclusiva com o zagueiro da seleção brasileira e do Bayer Leverkusen. O carioca Juan tem 27 anos e já foi campeão da Copa Mercosul pelo Flamengo em 99. No mesmo ano foi campeão carioca pelo rubro-negro. Nos últimos dois anos, ele vem se despontando pela seleção brasileira e conquistou a Copa América de 2004 e a Copa das Confederações em 2005.

Mesmo não tendo passado por muitos clubes é um jogador extremamente experiente. Jogou no Flamengo, time de seu coração, de 96 a 2002, quando se transferiu para a Alemanha, no Bayer Leverkusen e vem sendo um dos destaques na Europa.

<b>Vírgula Esportes</b>: Como foi sua adaptação aí na Alemanha?

<b>Juan</b>: Quando um jogador se transfere para a Europa ou para outro time que não seja no Brasil, todos esperam dificuldades. No Rio de Janeiro, de onde vim, é totalmente diferente, mas não tive problemas. Muitas pessoas me ajudam e estou aqui para jogar futebol. Fico feliz pelo meu futebol que é reconhecido. E não adianta nada estar tudo bem fora de campo e dentro das quatro linhas não corresponder.

<b>VE</b>:Tem saudade do futebol brasileiro?

<b>Juan</b>: Tenho saudade sim. O futebol brasileiro é muito mais apaixonado. Os bastidores de um clássico, por exemplo, são mais emocionantes. Tenho saudade de viver um clássico brasileiro novamente. Os clássicos aqui na Alemanha são muito diferentes, no Brasil envolvem mais paixão.

<b>VE</b>: Ao lado do Brasil, quem é o favorito para a Copa?

<b>Juan</b>: Vivemos um grande momento. Mas os outros são capazes de vencer o Mundial. Muito favoritismo para o Brasil é uma tática dos adversários. As surpresas sempre aparecem na Copa. É uma competição muito especial. Se você não acorda bem em um dia, pode perder. As seleções africanas, por exemplo, sempre surpreendem.

<b>VE</b>: No grupo do Brasil na Copa, quem é o adversário mais difícil?

<b>Juan</b>: Os três são muito difíceis. A Austrália tem um futebol muito diferente e isso nos dificulta. O Japão a gente viu que vem muito forte e será um jogo especial por causa do Zico. Temos que nos preparar muito bem para as primeiras partidas.

<b>VE</b>: Acha que o Ronaldo vai se destacar no Mundial? Que jogador vai ser o nome da Copa?

<b>Juan</b>: Espero que todos os brasileiros, Ronaldo, Adriano, Ronaldinho, estejam bem. São muito importantes para a seleção do Brasil.

<b>VE</b>: Pensa em voltar para o Brasil? O Corinthians e a MSI já chegaram a conversar com você?

<b>Juan</b>: Não dá para falar em futuro. O mais difícil já aconteceu. Consegui vir pra Alemanha e me adaptar. Nuca conversei com ninguém. E todos falam que estou bem adaptado aqui na Europa. Se fosse pensar em hoje, não voltaria. Eu e minha família estamos bem aqui.

<b>VE</b>: Já sofreu com racismo na Alemanha?

<b>Juan</b>: Nunca me aconteceu nada aqui. Aconteceu uma vez na Espanha, quando a gente jogou contra o Real Madrid. Mas isso não é uma coisa que está dentro do campo, está dentro da sociedade. Vem da rua. É lamentável, mas temos que superar. É um fato mais social do que de dentro do estádio.

<b>VE</b>: O que você achou da atitude do Eto’o ao sair de campo por ser ofendido pela torcida com atos racistas?

<b>Juan</b>: Foi uma atitude drástica, mas tem hora que é preciso. Com essa atitude a torcida passa a prestar mais atenção no que diz. Mas não quero que chegue a esse ponto. Quero que isso tome jeito e se resolva logo.

<b>VE</b>: Quais são as expectativa para Copa?

<b>Juan</b>: Chegou a hora que todo mundo só fala nisso, mas estamos todos esperançosos e o Brasil é um dos fortes candidatos ao título. O que tiver que fazer, nós faremos.

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Entrevista exclusiva com o zagueiro Juan