Na partida mais emocionante da Copa das Confederações até agora, a Itália saiu em desvantagem e chegou a ser massacrada pelo Japão nesta quarta-feira (19), mas conseguiu uma vitória por 4 a 3 na Arena Pernambuco, se classificou com antecipação para as semifinais e levou junto a Seleção Brasileira.

Com o resultado no Recife, o Brasil, que venceu o México por 2 a 0 em Fortaleza, se manteve na liderança do grupo A, com seis pontos, batendo a Azzurra no saldo de gols.

No próximo sábado (22), em Salvador, os dois maiores campeões mundiais farão um confronto direto pela liderança, com vantagem do empate para a seleção brasileira. No mesmo dia, os representantes da Concacaf e da Ásia, que ainda não pontuaram, cumprirão tabela em Belo Horizonte.

O Japão dominou quase todo o primeiro tempo e abriu 2 a 0 no primeiro tempo, com gols de Honda e Kagawa. De Rossi diminuiu ainda antes do intervalo, e Uchida, marcando contra, e Balotelli protagonizaram a virada no começo da etapa final. Okazaki ainda igualou, mas Giovinco garantiu o triunfo italiano.

Apesar de ter estreado com uma vitória por 2 a 1, o técnico Cesare Prandelli não ficou plenamente feliz com o desempenho da Itália diante do México no Maracanã e fez duas trocas na equipe. O lateral Maggio e o meio-campista Aquilani ficaram com as vagas de Abate e Marchisio, respectivamente.

No Japão, Alberto Zaccheroni abriu mão de um esquema sem centroavantes e escalou Maeda. Com isso, o meia Kiyotake, titular contra o Brasil, ficou no banco.

De maneira até certo ponto surpreendente, foi o Japão quem teve total controle das ações nos primeiros minutos, com mais de 60% de posse de bola. Logo aos quatro, Kagawa fez o levantamento, Maeda apareceu sozinho por trás da zaga e cabeceou para o chão. Buffon caiu e defendeu.

Depois de dez minutos sem praticamente não passar do meio de campo, a Itália enfim incomodou o goleiro Kawashima. Balotelli recebeu na frente, fez um belo giro para cima da marcação e finalizou no canto direito. O arqueiro japonês caiu e defendeu.

O lance, no entanto, foi isolado. O jogo era todo do campeão asiático. Aos 17 minutos, Kagawa teve espaço pelo meio, ajeitou e chutou colocado. Buffon se esticou e evitou o primeiro.

Quatro minutos, porém, o experiente goleiro se viu em situação difícil. De Sciglio recuou mal, Okazaki aproveitou e sofreu pênalti cometido pelo camisa 1. Honda cobrou no canto esquerdo, Buffon pouco se mexeu, e o Japão saiu em vantagem.

Percebendo o amplo domínio do adversário, Prandelli mexeu na equipe ainda aos 29 minutos, tirando Aquilani e mandando Giovinco a campo.

Pouco adiantou, já que, três minutos depois, Kagawa marcou o segundo. Após levantamento, a zaga italiana afastou apenas parcialmente. Konno devolveu para a área, Chiellini furou feio e o principal jogador japonês acertou um belo chute de virada.

Após o segundo golpe, a Itália enfim reagiu, fazendo uso de uma de suas principais armas, a bola parada com Pirlo. Aos 39, o camisa 21 cobrou falta perigosamente por cima do travessão.

Um minuto depois, o jogador da Juventus apareceu bem mais uma vez, em cobrança de escanteio. O meio-campista cruzou na cabeça de De Rossi, que, na pequena área, cabeceou para a rede.

O empate poderia ter acontecido ainda antes do intervalo, aos 46. Pirlo teve mais uma infração para cobrar e desta vez acertou a barreira, mas o rebote ficou com Giaccherini, que acertou o pé da trave esquerda.

A empolgação mostrada nos minutos finais foi mantida na volta do intervalo, e a tetracampeã mundial rapidamente chegou à virada. Aos cinco minutos, em disputa de bola na ponta esquerda, Yoshida evitou que a bola saísse, mas deu um presente para Giaccherini, que rolou para o meio. Balotelli completaria, mas Uchida apareceu antes e fez gol contra.

Nem bem a torcida, quase toda pelo Japão, lamentou o empate e veio o terceiro da Itália. Aos sete, Giovinco chutou de fora da área, a bola bateu na mão de Hasebe, e a arbitragem assinalou pênalti. Balotelli cobrou com paradinha e deixou o dele.

Após a virada, em um primeiro momento, a Azzurra continuou atacando, mas aos poucos foi dando espaço para o adversário, que cresceu. O castigo para os italianos aconteceu aos 23 minutos, quando Endo cobrou falta da direita, Okazaki se antecipou na primeira trave e empatou de cabeça.

A nova igualdade fez com que o ritmo da partida caísse por alguns instantes, mas o Japão foi para cima nos minutos finais em busca da vitória e esteve perto disso. Honda cruzou da esquerda, a defesa cortou mal e, na sobra, Hasebe chutou por cima.

Aos 36, a Itália escapou por muito pouco De levar o quarto gol. Nagatomo desceu pela esquerda e tocou para o meio até Okazaki, que acertou a trave esquerda. Kagawa ficou com a sobra e cabeceou para o chão, mas, após o quique, a bola beijou o travessão e saiu.

Fazendo valer a máxima “quem não faz, leva”, os campeões asiáticos sofreram o quarto aos 41. No contra-ataque, Marchisio foi acionado na ponta direita e rolou para o meio até Giovinco, que, com o goleiro já batido, arrematou de maneira certeira.

O Japão ainda marcou mais um, dois minutos depois, mas o lance foi corretamente anulado. Okazaki acertou a trave e, na sobra, Yoshida completou para a rede, mas a arbitragem assinalou impedimento do defensor.

Ficha técnica:

Itália: Buffon; Maggio (Abate), Barzagli, Chiellini e De Sciglio; De Rossi, Pirlo, Montolivo, Aquilani (Giovinco) e Giaccherini (Marchisio); Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.

Japão: Kawashima; Uchida (Sakai), Yoshida, Konno e Nagamoto; Endo, Hasebe (Nakamura), Honda e Kagawa; Okazaki e Maeda (Havenaar). Técnico: Alberto Zaccheroni.

Árbitro: Diego Abal (Argentina), auxiliado por seus compatriotas Hernán Maidana e Juan Pablo Belatti.

Cartões amarelos: Buffon e De Rossi (Itália); Hasebe e Konno (Japão).

Gols: Honda, Kagawa e Okazaki (Japão); De Rossi, Uchida (contra), Balotelli e Giovinco (Itália).

Estádio: Arena Pernambuco, no Recife.


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Em jogo eletrizante de 7 gols, Itália vence Japão na Arena Pernambuco