Rival de menor expressão no grupo do Brasil para a Copa do Mundo de 2010, a seleção da Coréia do Norte é pouco conhecida por não possuir experiência e pelo regime socialista do país desde a sua independência, em 1945. Porém, este ano um time brasileiro quebrou as barreiras até então desconhecidas por muitos. “Deu pra perceber que eles jogam sem fugir das características do futebol asiático, sempre muito defensivos. O time deles era formado por uma linha de cinco na defesa e dois cabeças de área”, diz Edu Marangon, ex-jogador de Santos, Portuguesa e Palmeiras, e atual técnico do Atlético Sorocaba em entrevista exclusiva ao VirgulaEsporte.

O clube o interior de São Paulo, que é administrado pelo grupo do sul-coreano Sun Myung Moon, realizou uma excursão ao continente asiático entre 26 de outubro e 14 de novembro e durante essa viagem enfrentou a seleção nacional da Coréia do Norte, no Estádio Kim Il Sung, em Pyongyang, capital do país.

A partida, que recebeu um público de 80 mil pessoas, terminou empatada em 0 a 0 e serviu para Edu Maragon notar algo que não acontece aqui no Brasil. “Não credito (o estádio lotado) a um fanatismo como temos aqui, e sim a uma surpresa das pessoas. Esta é uma diversão que eles não têm lá. No placar eletrônico era estampado o nome do Brasil e não o do Atlético Sorocaba”, afirma.

Com relação ao futebol apresentado pelos norte-coreanos, o treinador garante que o time deles não possui nada de novo, mas é bem organizado dentro de campo. “Nada de excepcional e novo no time deles. Mas, o sistema tático era definido, muito obediente”.

Já sobre ao esporte disputado no país, Maragon conta que não teve informação de nada. “Na verdade não tivemos acesso ao futebol deles, foi somente a partida com a seleção local. O sistema político deles é muito rígido, não tem notícias sobre nada”, diz.

Apesar da fama internacional do futebol brasileiro, o técnico do Atlético Sorocaba disse que a chegada e a recepção no país socialista foi tranquila. “Eu já conheci o mundo inteiro pelo futebol e em todo lugar você encontra uma camisa do Ronaldinho, tanto o Gaúcho como o Fenômeno, e lá não tinha absolutamente nada. Eles só sabem que o do Brasil é o melhor do mundo. Fomos muito bem recebidos. A gente tinha uma vigilância forte, nós ficamos no hotel do governo”, conta.

Perguntado sobre uma possível dica para que Dunga pudesse se dar bem na partida contra os norte-coreanos, Edu foi direto. “Acho que não precisa. Conversei com o técnico norte-coreano depois da partida e ele queria esperar a definição dos grupos pra um aprendizado melhor. Agora, com tudo acertado, eles vão buscar intercambio e amistosos com times sul-americanos e europeus”.


int(1)

“Eles só se defendem”, diz técnico brasileiro que enfrentou a Coréia do Norte