Depois do forte acidente do líder do campeonato, Wellington Cirino, em Londrina, e da múltipla batida na largada da corrida em Campo Grande, que envolveu 19 pilotos, a segurança voltou a ser um tema recorrente no ambiente da Fórmula Truck.

Um dos ícones da categoria, a piloto Débora Rodrigues, única mulher a correr no campeonato, afirma que os recentes acontecimentos serviram apenas para aumentar sua confiança na segurança das corridas de caminhão.

“Dizem que as mulheres são naturalmente mais preocupadas com a segurança. Isso é verdade: sinceramente, se a categoria não reunisse todos os itens possíveis de proteção ao piloto, eu não estaria competindo na Truck”, explica Débora, que compete pela equipe RM/Volkswagen.

O rigor com o qual são construídos os caminhões também é apontado pela musa da categoria como fator de tranqüilidade para todos os pilotos.

“O Aurélio (Batista Félix, promotor do evento) é super cuidadoso com este aspecto. Para correr, o caminhão tem que passar por uma inspeção criteriosa, para atender aos máximos quesitos de segurança, exatamente como acontece em outras provas do automobilismo”, completa.

De fato, todos os caminhões possuem cabines que protegem o piloto mesmo em casos de acidentes mais graves, como pôde ser visto na batida múltipla em Campo Grande. Apesar de envolver 19 pilotos, apenas um _José Maria Reis_ teve ferimentos mais sérios, com fratura no joelho.

Assim como o cockpit dos monopostos de corrida, a cabine do caminhão também é reforçada com barras e santantônios a fim de proteger o piloto. Mesmo com tanta preocupação com segurança, Débora sabe que a Fórmula Truck, por ser um esporte a motor, envolve risco.

“As corridas têm o seu lado perigoso, mas isso acontece em qualquer categoria do mundo, da mais luxuosa, como a Fórmula-1, aos campeonatos menores. O que fazemos é minimizar ao máximo este risco e conseguir proporcionar um grande espetáculo ao público”, explica.

Débora ressalta ainda que a preocupação com segurança não envolve apenas as máquinas. Reuniões periódicas entre pilotos e organizadores da Truck buscam orientar todos a evitar acidentes. Além disso, os autódromos também fazem parte desta constante luta pela redução de riscos inerentes ao esporte a motor.

“Eu adoro a corrida em Londrina, mas a pista precisa melhorar suas áreas de escape, como mostrou o acidente do Cirino. Por isso, é importante que não apenas promotores e pilotos trabalhem neste quesito, mas também os administradores da pista”, explica.

Neste ponto, a etapa da Truck não poderia acontecer em local mais adequado neste final de semana. O Autódromo Internacional de Curitiba, onde será disputada a sétima etapa no domingo, é considerado o mais moderno do país. “A pista tem boas áreas de escape em quase todas as curvas, os boxes possuem estruturas exemplares, enfim, é um autódromo completo”, diz Débora.

A piloto da RM/Volkswagen vem fazendo em 2005 a sua melhor temporada desde que estreou na categoria. Já subiu ao pódio em Goiânia e pontuou em outras duas etapas, com o 7º lugar em São Paulo e o 6º em Caruaru.


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Débora Rodrigues fala da segurança na F-Truck