Único dos quatro times considerados grandes de São Paulo que ainda não conquistou o título da Taça Libertadores, o Corinthians está a 90 minutos de mandar para longe a chacota dos torcedores rivais e ser campeão da América pela primeira vez, mas para isso terá que vencer o Boca Juniors no estádio do Pacaembu na próxima quarta-feira.

O Boca, por sua vez, já ficou com a taça seis vezes e quer igualar outra equipe argentina, o Independiente, que tem o apelido de ‘Rei de Copas’ por já ter vencido o principal torneio interclubes da América do Sul sete vezes.

Brasileiros e argentinos chegam ao segundo jogo em igualdade de condições. Um gol do jovem Romarinho nos últimos minutos da partida de ida, na última quarta-feira, determinou o placar de 1 a 1 em ‘La Bombonera’.

Como na decisão não tem o critério de gol qualificado, qualquer novo empate provocará a realização de uma prorrogação e, se necessário, da disputa de pênaltis.

Caso se consagre campeão, o Corinthians, que completará 102 anos de fundação em 1º de setembro, poderá se orgulhar de ter alcançado o feito sem uma grande estrela como referência no elenco, ao contrário do que fizeram seus principais rivais.

O Santos conquistou três títulos, dois pelos pés de Pelé e o último, no ano passado, pelos pés de Neymar. O São Paulo, por sua vez, também mostrou força no conjunto comandado por Telê Santana em 1992 e 1993, mas Raí era o regente do time. Em 2005, Rogério Ceni foi o grande líder na campanha rumo ao tricampeonato.

Último dos três paulistas a figurar na lista de campeões, o Palmeiras ficou com a taça em 1999 graças principalmente às grandes defesas do goleiro Marcos, que ganhou o apelido de ‘São Marcos’ pelos “milagres” que operou embaixo das traves.

Acostumado a ficar com a taça da Libertadores, o Boca também sabe bem como derrotar equipes brasileiras. Das seis finais que vencer, em quatro o time argentino superou times do país: Cruzeiro em 1977, Palmeiras em 2000, Santos em 2003 e Grêmio em 2007. Os outros títulos foram obtidos em 1978, contra o Deportivo Cali, e 2001, diante do Cruz Azul.

Das três decisões que os ‘xeneizes’ perderam, talvez a mais dolorosa tenha sido a de 1963, diante do Santos de Pelé. Também ficaram com o segundo lugar em 1979, quando caíram diante do Olimpia, e em 2004, surpreendidos pelo Once Caldas.

No Pacaembu, o Boca irá atrás da marca de sete taças do Independiente, vencedor da Libertadores em 1964, 1965, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1984.

O técnico do Corinthians, Tite, deverá ter equipe completa para a decisão, incluindo o atacante Jorge Henrique, que se recuperou de lesão na coxa direita. Negociado com a Roma o zagueiro Leandro Castán está à disposição para a partida.

“Não mudarei a forma de jogar da equipe. Tentaremos manter o mesmo estilo das partidas anteriores, atacando, mas de forma equilibrada”, afirmou Tite.

No Boca, Julio César Falcioni tem confirmado o desfalque do zagueiro Juan Manuel Insaurralde, machucado. Titular da lateral direita e autor do gol na ida, Facundo Roncaglia teve seu contrato de empréstimo junto à Fiorentina ampliado, mas se viu em meio a um impasse.

O clube italiano exigiu a assinatura de um seguro caso o jogador se machuque, e a documentação ainda não estava completa até a tarde desta terça. O lateral viajou para São Paulo, mas sua situação ainda é indefinida.

Já o atacante Darío Cvitanich teria que retornar ao Ajax, mas foi liberado pelo clube holandês para a decisão e ficará no banco de reservas.

Brasileiros e argentinos se enfrentarão no mesmo palco em que o Santos derrotou o Peñarol por 2 a 1 e foi campeão em 2011, após empate sem gols no primeiro duelo, em Montevidéu.

Prováveis escalações:

Corinthians: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán, Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex; Jorge Henrique e Emerson. Técnico: Tite

Boca Juniors: Orión; Roncaglia (Sosa), Schiavi, Caruzzo e Clemente Rodríguez; Ledesma, Somoza, Erviti e Riquelme; Mouche e Santiago Silva. Técnico: Julio César Falcioni

Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia), auxiliado por seus compatriotas Abraham González e Humberto Clavijo


int(1)

Corinthians vai em busca de título inédito, e Boca tenta ser o novo 'Rei de Copas'