As 11 partidas apitadas por Edílson Pereira de Carvalho e anuladas pelo STJD prometem dar muita confusão. Clubes querem apelar para manter os pontos dos jogos, outros concordam com a decisão e se preparam para os confrontos.

O Cruzeiro, clube que perdeu seis pontos com as anulações, terá que repetir os jogos contra Paysandu, que venceu por 2 a 1 no Mangueirão, e Botafogo, quando saiu vitorioso por 4 a 1, no Mineirão.

"Em nenhum momento o Paysandu e o Botafogo questionaram estes resultados. Entraremos em campo sob protesto. O próprio Edílson afirmou que não houve interferência nestas partidas. Fica um situação ruim", disse Valdir Barboza, assessor de imprensa do clube.

O Inter teve anulado a vitória de 3 a 2 sobre o Coritiba, o que deixou revoltado o presidente do clube, Fernando Carvalho. Caso confirmado os pontos, o Colorado estaria com 52 pontos, um a menos que o Corinthians, líder do campeonato.

"Era um campeonato limpo, apenas com irregularidades causadas por um juíz que é funcionário da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Então, em última análise, é a entidade que deveria indenizar os clubes", afirmou Carvalho.

O Corinthians poderá ser o maior beneficiado na história. Teve anulado os clássicos contra o Santos e São Paulo. Em ambas as partidas saiu derrotados (4 a 2 e 3 a 2 respectivamente). Caso vença, fará 59 pontos, abrindo, no mínimo, cinco para o vice-líder. Apesar de beneficiado, o zagueiro Sebá não acredita que o árbitro Edílson Pereira de Carvalho prejudicou a equipe nas partidas.

"A anulação dos jogos nos beneficia, mas, na verdade, ele não nos prejudicou em nenhum dos jogos. Os resultados foram justos", disse o zagueiro ao jornal argentino "Olé".

Já para Andrés Sanchez, vice-presidente de futebol do clube, afirmou que isso não beneficia o Corinthians. Ele ainda comenta sobre uma possível crise em caso de derrotas. "Vamos tentar ganhar esses dois jogos para facilitar. Se não ganharmos, vem uma crise, sendo que estamos em ascensão", contou.

O São Paulo, que além do clássico, terá que refazer a derrota de 1 a 0 contra a Ponte Preta, não tem uma posição tomada, mas dizem que a preparação para o Mundial de Clubes está prejudicada. O técnico Paulo Autuori, com a eliminação da Copa Sul-Americana, estava feliz por ter mais "meios de semanas" sem jogos, apenas treinando a equipe.

O Figueirense, atual lanterna do Brasileirão, irá a Justiça Desportiva para manter os pontos da vitória de 4 a 1 sobre o Juventude, em Caxias do Sul. O próprio árbitro, em escutas telefônicas, afirmou que não teve como manipular aquele resultado, pois "o Edmundo acabou com o jogo". O atacante fez três gols na partida.

"Vamos nos basear na legislação e nos fatos, já que nossos direitos é muito bom nesse caso", disse o vice-presidente jurídico do clube, João Batista Baby ao jornal "Lance!".

O clube catarinense teve outra partida anulada, quando perdeu para o Vasco por 2 a 1. Também em escutas telefônicas, o árbitro disse para o empresário Nagib Fayad, que ordenava a manipulação dos resultados, que "pode apostar tudo, até seus carros, que eu garanto. Mete ferro aí, que eu meto ferro em campo".

A Polícia Militar está muito preocupada com as novas partidas. O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter, ordenou que os jogos sejam realizados com os portões abertos. Em São Paulo, Santos x Corinthians e São Paulo x Corinthians ocorreram novamente. Pelo fato dos ingressos não serem cobradas, muitas pessoas irão aos confrontos, ocasionando maior tumulto próximo aos estádio.

A PM irá pedir que os ingressos sejam entregue antecipadamente. "É complicado deixar os portões abertos. Só quem tiver o bilhete poderá chegar próximo ao estádio", disse o Tenenel Coronel da PM, Cláudio Trovão, em entrevista à rádio "Jovem Pan".


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Clubes se articulam contra ou à favor do STJD