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A seleção brasileira vive um momento complicado. Além de ter de lidar com as críticas ao futebol apresentado pelo time, o técnico Dunga está prestes a iniciar a disputa de um torneio que o Brasil não costuma se dar bem: Olimpíadas. Por isso, o <b>Virgula Esporte</b> foi falar com um personagem da última participação da seleção no campeonato, em 2000: o lateral-esquerdo Athirson, hoje com 31 anos. O jogador diz que, depois do fracasso em Sydney, sua carreira não seguiu como ele esperava. Sua história na seleção acabou junto com o sonho do Brasil de levar a inédita medalha de ouro.

Quando se fala em Athirson, logo vem à cabeça a imagem do jogador com a camisa do Flamengo. Mas o grande momento da carreira do lateral-esquerdo foi, segundo ele, vestir a camisa da seleção brasileira em 2000, na Olímpiada de Sydney, Austrália. Naquela oportunidade, o Brasil embarcava mais uma vez como favorito ao título. O técnico era Vanderlei Luxemburgo, considerado o melhor treinador do país no momento, e havia craques como Ronaldinho Gaúcho e Alex.

Mas a seleção brasileira decepcionou a todos ao perder para Camarões nas quartas-de-final, por 2 a 1, na prorrogação com morte súbita. Athirson não fazia boa partida e foi sacado no intervalo. O time já não vinha jogando bem – perdeu para a modesta África do Sul na segunda partida da primeira fase. Só superando o Japão por 1 a 0 o Brasil conseguiu se classificar.

Athirson nega que problemas entre os jogadores tenham afetado o rendimento da seleção. “O único problema que tivemos foi dentro de campo, e só contra Camarões. Fomos surpreendidos pelo gol de honra. Não tivemos como reagir”, diz o jogador, oito anos depois, fazendo fisioterapia no Brasiliense, seu atual clube.

A derrota para Camarões até hoje perturba o jogador. “É difícil até de falar. Tínhamos grandes jogadores. Ronaldinho Gaúcho, Alex, Lúcio, Fabiano… Não tenho uma explicação”, afirma. Athirson lembra que, depois da derrota, não teve mais chances na seleção. "Eu esperava participar da Copa do Mundo de 2002, mas depois de Sydney as coisas mudaram e eu fiquei fora da seleção", admite.

Naquela época, o técnico Vanderlei Luxemburgo resolveu levar para o torneio apenas jogadores com menos de 23 anos. Oito anos depois, o técnico Dunga já avisou que levará três atletas “experientes”, conforme o regulamento para a Olimpíada. Por isso, Athirson acredita nesta atual seleção. “Acho que o Dunga vai com tudo para ganhar o título. O Brasil tem um grupo muito bom, acho que esses jogadores vão fazer o máximo para conquistar a medalha de ouro”, diz. Temos mais chances que em 2000? “Não saberia dizer, mas em Sydney chegamos muito perto de conseguir.”

Também em 1996, sob o comando de Zagallo, o Brasil pecou antes de chegar à final. Nas semifinais, caiu diante da Nigéria por 4 a 3. O time africano acabaria sendo campeão, assim como Camarões em 2000. Os comandados de Zagallo ficaram com a medalha de bronze. Será que isso mostra que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), jogadores e comissão técnica não ligam muito para Olimpíadas? “Eu estive lá em Sydney, participei da preparação, dos jogos, do ambiente e posso dizer que a medalha de ouro sempre foi um objetivo muito claro de todos”, diz Athirson. “Essa história de que o Brasil não liga para Olimpíada não existe.”

Para Athirson, a maior dica que ele pode dar a Robinho, Alexandre Pato, Adriano e cia é a de aproveitar os momentos que só em Olímpiada pode-se viver. “É muito diferente disputar um torneio normal, uma Copa do Mundo – que é só futebol – e uma Olimpíada. Em Pequim, eles vão conviver com muita gente legal, de outras modalidades”, finalizou o jogador.

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Athirson: personagem do fracasso olímpico brasileiro

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