Com gol de Arjen Robben aos 44 minutos do segundo tempo, o Bayern de Munique venceu neste sábado (25) o Borussia Dortmund por 2 a 1, acabou com o trauma dos vices-campeonatos recentes e conquistou o título da Liga dos Campeões da Europa pela quinta vez em sua história.

Um dos vilões da derrota para o Chelsea nos pênaltis na temporada passada, ao perder uma das cobranças do time bávaro, o holandês, vice-campeão mundial com a Holanda em 2010, perdeu várias chances durante a partida. Hoje, quando o jogo caminhava para a prorrogação, Robben recebeu lançamento de Franck Ribéry e deu um leve toque na saída de Roman Weidenfeller, para garantir a vitória de sua equipe.

Antes, o atacante croata Mario Mandzukic havia aberto o placar, aos 15 minutos do segundo tempo. Oito minutos depois, convertendo pênalti cometido por Dante, Ilkay Gündogan tinha deixado o duelo empatado.

Esta foi a quinta conquista da equipe do zagueiro brasileiro e também do volante Luiz Gustavo, que entrou nos minutos finais, e do lateral direito Rafinha, que sequer foi relacionado para o jogo. Os títulos anteriores do Bayern aconteceram nas temporadas 1974/1975, 1975/1976, 1976/1977 e 2000/2001.

O Borussia, do zagueiro Felipe Santana, que disputou sua segunda final – foi campeão em 1996/1997 -, perdeu assim a chance de conquistar seu único título na temporada. Já o Bayern terá no dia 2 de junho, na final da Copa da Alemanha, a chance de conquistar a inédita tríplice coroa de um time do país, já que também venceu o Campeonato Alemão com grande vantagem sobre os rivais.

Antes da partida, além dos palpites sobre o futuro campeão, outro assunto era recorrente: Mario Götze, que estava na arquibancada. O jogador do Dortmund foi comprado pelo Bayern, e o anúncio aconteceu pouco antes do jogo de volta da semifinal, contra o Real Madrid. E naquela partida o camisa 10 sofreu lesão muscular.

Na última quarta-feira (22), quando voltou aos treinos, Götze voltou a sentir a contusão e acabou sendo vetado. Para o seu lugar, foi escalado o meia Kevin Grosskreutz. A função de armador da equipe, no entanto, acabou ocupada por Marco Reus.

No Bayern, o zagueiro e lateral Holger Badstuber e o meia Toni Kroos, contundidos, já eram desfalques certos. O segundo é o desfalque mais sentido na reta final da temporada e vem dando lugar a Robben. Dessa forma, o técnico Jupp Heynckes não tinha qualquer dúvida quanto ao time que entraria em campo.

Quando a bola rolou, as equipes praticamente seguiram o protocolo dos cinco minutos iniciais de uma grande decisão. O respeito era evidente, e a impressão é que buscavam, antes de mais nada, não errar. Além disso, havia muita marcação no meio de campo.

Passado este período, o Borussia Dortmund resolveu assumir as rédeas do duelo. Aos 9 minutos, após roubada de bola na intermediária do adversário, Blaszczykowski disparou pela direita, invadiu a área e encheu o pé, chutando por cima do travessão de Neuer.

A pressão continuou e, aos 13, o goleador Lewandowski finalizou de fora da área e obrigou o goleiro rival a fazer boa defesa. No minuto seguinte, Neuer apareceu de novo, em grande intervenção. Após cruzamento da direita de Reus, Blaszczykowski apareceu dentro da área para dar leve toque, mas o goleiro evitou o gol.

Um desavisado acharia que o time que dominou o futebol alemão na temporada era o Dortmund, afinal, o Bayern estava acuado e o jogo era um verdadeiro ataque contra defesa. Aos 18 e 21, Neuer foi obrigado a trabalhar mais duas vezes, em chutes de Reus e Bender.

Aos 25 minutos, enfim o time bávaro ameaçou – e com muita intensidade. Após cruzamento de Ribéry, Mandzukic subiu mais alto que a defesa da equipe amarela e negra, fazendo com que Weidenfeller aparecesse pela primeira vez no jogo, espalmando a bola para escanteio.

Logo em seguida, Martínez também teve boa chance usando a cabeça, finalizando por cima do gol do Borussia. Aos 30, quem apareceu bem foi Robben, que foi lançado e, ao ficar de frente para o gol, deu leve toque, desviado para a linha de fundo por Weidenfeller que usou o ombro.

O jogo ficou aberto a partir daí, Lewandowski e Robben tiveram boas chances, mas o grito de gol seguiu engasgado na garganta dos torcedores de Borussa e Bayern. O holandês, aliás, protagonizou o último grande lance do primeiro tempo, ao ser lançado, vencer disputa com Hummels e chutar para o gol de primeira, acertando o rosto de Weidenfeller, que defendeu involuntariamente.

As duas equipes voltaram com as mesmas escalações para o segundo tempo. O ritmo dos primeiros minutos também foi igual ao da etapa inicial, ou seja, repleto de cautela e com marcação muito forte. O primeiro lance de emoção aconteceu apenas aos 13 minutos, quando, após cobrança de escanteio, Mandzukic ajeitou e Dante cabeceou para defesa do goleiro do Dortmund.

No lance seguinte, aos 14 minutos do segundo tempo, enfim a rede balançou. Tudo começou com ótima jogada criada na esquerda por Ribéry e Robben. O holandês carregou até a linha de fundo e cruzou para o meio da pequena área, onde apareceu Mandzukic para dar leve toque e abrir o placar da decisão da Champions.

Aos 21 minutos do segundo tempo, Dante protagonizou um lance bizarro, ao acertar um chute na barriga de Reus, em disputa dentro da área do Bayern. O árbitro italiano Nicola Rizzoli não titubeou e marcou pênalti. O volante Gündogan foi para a bola e mostrou categoria ao bater no canto esquerdo de Neuer, que pulou para o outro lado.

Cinco minutos depois do empate o time bávaro perdeu uma chance incrível, quando Müller fez grande jogada pelo lado direito, se livrou de Weidenfeller e deu leve toque em direção ao gol. Subotic conseguiu ser mais rápido que Robben e evitou que o adversário empurrasse a bola para dentro das redes.

Aos 29 minutos, um dos lances mais bonitos do jogo, quando Lewandowski ajeitou a bola na intermediária e sem deixá-la quicar acertou belo chute, encobrindo Neuer. A arbitragem, no entanto, mandou o jogo parar, devido a um toque de mão do atacante polonês.

Logo depois, o Bayern respondeu com Alaba, que recebeu bola no lado esquerdo do seu ataque e disparou com força, obrigando o goleiro do Borussia a fazer ótima defesa, espalmando a bola para escanteio.

Nos 15 minutos finais da partida, os adversários deixaram o jogo mais truncado e as oportunidades de gol escassearam. Um uma delas, aos 41, após jogada que começou na direita, Schweinsteiger recebeu na intermediária e encheu o pé, para a defesa de Weidenfeller.

Quando o jogo parecia caminhar para a prorrogação, Robben apareceu para decidir e apagar a fama de amarelão. Aos 44 minutos do segundo tempo, após chutão de Ribéry na defesa, Robben se desvenciliou da marcação de Subotic, e cara a cara com o goleiro rival, deu leve toque, para marcar o segundo de sua equipe.

O Borussia tentou partir para o abafa nos instantes finais, mas não conseguiu levar grande perigo ao gol de Manuel Neuer. Assim, com o apito final, o Bayern pôde comemorar e soltar o grito de campeão, preso na garganta há 12 anos.


int(1)

Antes vilão, Robben vira herói e garante penta do Bayern na Liga dos Campeões