Estou vivendo uma experiência muito bacana no Renault Speed Show by TIM. Temos sido desbravadores. Por exemplo, eu e o Pedro Paulo Diniz revivemos pistas como Florianópolis, aonde corremos quando éramos pilotos. Nós inauguramos o belo Autódromo de Santa Cruz do Sul, algo difícil de acontecer no automobilismo brasileiro. O Renault Speed Show by TIM também trouxe inúmeras inovações, como as festas, o concurso de modelos, as premiações, algo que nossos pilotos e dirigentes nunca tinham visto.

Como ex-piloto e hoje promotor do Renault Speed Show by TIM, me sinto super-satisfeito, super-realizado por, ao lado do nosso grupo de trabalho, poder inovar no esporte que é a minha vida!

Mas a vida não é feita somente de fatos bons. Por isso, se por um lado acabamos de abrir mais uma pista para o automobilismo brasileiro e estamos vendo os frutos do nosso trabalho no esporte, por outro não dá para ficar contente com o que está acontecendo no Rio de Janeiro.

A pista de Jacarepaguá tem vários significados especiais para mim. Foi lá que vi minhas primeiras corridas internacionais e a minha primeira da Fórmula-1. Quando comecei a gostar de automobilismo, a F-1 estava no Rio de Janeiro. Só vi uma corrida de F-1 em São Paulo quando eu já competia.

Depois, em 1996, participei da Fórmula Indy quando a categoria fez sua primeira corrida num circuito oval no Brasil. Se esse detalhe já teve um significado incrível para mim, imaginem depois quando me tornei o primeiro e até agora o único brasileiro a vencer uma corrida da categoria no Brasil. Além do mais, aquela foi a primeira vitória de um piloto brasileiro numa categoria top depois da morte do Ayrton Senna e ainda existia uma comoção muito grande e aquele resultado meio que levantou o astral de todo o mundo.

Juntando a isso, tem o fato de que vencer em casa é sempre mais gostoso, pois você está rodeado de pessoas com ligação pessoal, como os amigos, os familiares, os patrocinadores.

Coloquem todos essas lembranças juntas e imaginem ver tudo sendo desmontado, como pretendem fazer com o Autódromo de Jacarepaguá. Sinto uma frustração muito grande como esportista e como brasileiro, pois além da minha conquista, o circuito foi palco de outros resultados e vitórias de brasileiros como o Nelson Piquet na F-1, entre outros.

A gente não pode ficar contra o progresso, mas sou contra desvestir um santo para vestir o outro. Essa atitude não me parece a mais inteligente! Sinto um profundo desapontamento com o que está acontecendo. Não adianta trazer eventos para o Brasil e destruir o palco do automobilismo, um esporte que trouxe muitas alegrias para todo o povo e o que mais títulos internacionais detém. São oito conquistas, dois campeonatos com o Emerson Fittipaldi, três com o Nelson Piquet e três com o Ayrton Senna.

O Brasil é um País com dimensões continentais e com muitas áreas disponíveis. Não seria preciso fazer essas obras no Autódromo de Jacarepaguá e destruí-lo.


int(1)

André Ribeiro é contra o fim de Jacarepaguá