A imagem da modelo britânica Kate Moss, um ícone de rebeldia e desinibição no mundo da moda, protagonizou nesta quarta-feira um leilão de fotografias, pinturas e esculturas na casa londrina Christie’s, que arrecadou US$ 2,65 milhões com as vendas.

Desde que iniciou sua carreira em 1988, aos 14 anos, Moss serviu de inspiração a fotógrafos muito conhecidos como o peruano Mario Testino e a americana Annie Leibovitz, e a artistas cotados como o inglês Allen Jones, todos eles representados no leilão de hoje com diversos trabalhos.

Com o consentimento da modelo, o colecionador e fotógrafo britânico Gert Elfering selecionou as 58 obras que hoje foram a leilão, a maioria delas peças que raramente estão disponíveis no mercado.

Uma das imagens mais características desta “musa moderna” – tal como a descreveu Elfering -, feita pelo fotógrafo de moda britânico Craig McDean em 2002, arrecadou na casa londrina US$ 80 mil.

Na fotografia, Moss aparece de costas, com meias pretas e um jaqueta na qual se lê “Deus salve a rainha”.

A modelo, que está casada há dois anos com o guitarrista da banda The Kills, Jamie Hince, cultivou uma imagem de rebeldia ao longo de sua carreira profissional na qual em algumas ocasiões foi acompanhada de polêmica em sua vida pessoal.

Um dos episódios mais controversos de sua biografia aconteceu em 2005, quando o tabloide britânico “Daily Mirror” publicou na primeira página uma foto de Moss supostamente consumindo cocaína.

A modelo namorava o músico Pete Doherty e, após aquela controvérsia, correu o risco de perder contratos milionários com marcas como H&M, Chanel e Burberry.

A agitada vida pessoal de Moss não impediu, no entanto, que a britânica tivesse “alterado a percepção das mulheres em todo o planeta, motivando-as a ter uma maior individualidade e liberdade de expressão”, sustentou Elfering.

“Kate é uma musa moderna fundamental. Veremos suas imagens nos grandes museus e mas coleções modernas durante anos”, disse o britânico, cuja opinião é compartilhada pelo diretor de fotografia da casa de leilões, Phlippe Garner.

A seleção de trabalhos que foram leiloados hoje em Londres mostrava uma mulher que é “muito mais que uma modelo”, declarou Garner, para quem as fotografias captam não só “a grande beleza de Kate” mas também “um ser humano”.

Uma instantânea em preto e branco que Leibovitz publicou na revista “Vogue” em 1999 foi vendida hoje por US$ 16 mil.

Também foi leiloada, por US$ 52,1 mil, uma fotografia de Testino que apareceu na mesma publicação em 2008 e na qual Moss, com um jaqueta decorada com a bandeira do Reino Unido, levanta a saia.

A pintura “Kate in Red”, que o artista pop Allen Jones criou neste mesmo ano e que mostra a supermodelo vestida com um vestido de noite vermelho e sapatos de salto alto, alcançou por sua parte um preço de US$ 195,6 mil.

Também em 2013, Jones fez a escultura “A model model”, uma imagem de Moss com um vestido longo que foi arrematada por US$ 214,8 mil.

Outra das obras leiloadas, por US$ 297 mil, foi uma imagem do canadense Chris Levine que mostra a modelo de tronco nu e os olhos fechados, obra com a finalidade, segundo o próprio artista, de “captar sua beleza e transformá-la em luz”. 


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Visual rebelde de Kate Moss arrecada US$ 2,6 milhões em leilão