Henricão da Va-Vai

Divulgação Henricão da Va-Vai

Cantor, compositor, ator, ícone negro e da escola de samba paulistano Vai-Vai, o sambista Henrique Felipe da Costa, o “Henricão” (1908-1984) será homenageado pela Assembleia Legislativa de São Paulo em ato solene pelos 110 anos do seu nascimento.

No dia 29 de janeiro, serão entregues placas comemorativas para o Museu Municipal Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira, de Itapira, cidade natal do compositor, e à Escola de Samba Vai-Vai, que o tem como um dos fundadores.

A iniciativa é da deputada estadual Clélia Gomes (PHS), em parceria com a Organização SP em Retalhos. “Além da solenidade, acontecerá ainda o lançamento do livro Reencontro, de autoria de Famelli Jr, presidente da Organização SP em Retalhos, que conta a biografia do homem de origem humilde, que foi ainda compositor e carnavalesco e que marcou seu lugar no carnaval de São Paulo como o primeiro Rei Momo negro da história”, afirma texto da assessoria de imprensa da deputada.

No evento, estarão presentes a deputada, Famelli Jr, presidente da Organização SP em Retalhos, Ricardo Pecego, Diretor de Cultura de Itapira, Tiago Fontolan, Secretário de Cultura de Itapira, Eric Apolinário, gestor do Museu Municipal Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira, entre outras autoridades da cidade de Itapira, além de familiares e amigos, integrantes, diretores e a velha guarda da Vai-Vai.

Quem foi Henricão

Henricão nasceu em 1908 e, após abandonar o trabalho na lavoura em Itapira, se aventurou ainda moleque como goleiro por clubes do interior até partir para São Paulo, com apenas 16 anos e quase dois metros de altura, para jogar futebol no Corinthians. Entretanto, o jovem se encantou pela gafieira paulistana, onde sua voz logo passou a ser requisitada, abandonando o futebol e abraçando a arte como profissão.

Versátil, foi também ator, participando de mais de 20 filmes. Na década de 50, interpretou o escravo rebelde Justino de “Sinhá Moça”, no filme de Tom Payne realizado pela Cia. Vera Cruz, recebendo diversos prêmios pelo papel. Com sucessos nacionais e internacionais, abraçou a Escola de Samba Vai-Vai como sua grande paixão, a qual viu nascer como cordão carnavalesco e para a qual compôs vários sambas.

Cantou em circos, parques de diversão, rádios e festas populares do Nordeste, sozinho e com parceiras, das quais Carmen Costa foi a mais famosa, entre as músicas de destaque que gravaram estão Só Vendo que Beleza e Está Chegando a Hora que foram os grandes destaques do Carnaval de 1943.

Só Vendo que Beleza foi inclusive regravada por Elza Soares, Elis Regina e o trio Moreno, além de Maria Bethânia e da cubana Omara Portuondo, sinalizando a atemporalidade de sua obra.

Henricão morreu aos 73 anos, em 1984, vítima de um AVC. Sua figura imponente, risonha e extrovertida, inclusive nos últimos dias, sempre foi recebida com alegria e reverência por todos que o cercavam.


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Primeiro Rei Momo negro da história, Henricão da Vai-Vai é homenageado