Carna Uol WTC


Créditos: Gabriel Quintão

A primeira edição do CarnaUOL, realizada entre a noite do sábado (8) e a madrugada de domingo (9), foi um bom esquenta para a (ansiosamente esperada) temporada de blocos de rua e cordões de São Paulo. O evento levou cerca de 2,5 mil pessoas (muita gente bonita, a propósito) ao WTC Golden Hall, na capital paulista, e fez geral sambar com as apresentações dos grupos Kolombolo, Quizomba, Bangalafumenga com participação de Roberta Sá e Confraria do Pasmado.

Em ambiente fechado e com o ar condicionado ligado (oportuno em uma noite que chegou a 29°C), a festa, em seu jeitão, lembrou o de carnavais de clube. No palco, revezaram-se quatro grupos enérgicos e tradicionais, acostumados a agitar multidões a céu aberto. Todos levarão seus batuques para o carnaval de rua paulistano nas próximas semanas (veja as datas e locais no fim da reportagem).

O primeiro grupo a entrar em cena, com antigos mestres da velha guarda de São Paulo, foi o Kolombolo, em sua missão de resgatar e difundir a história do samba da cidade. “O [dramaturgo] Plínio Marcos já dizia que o povo que não ama e não preserva suas formas de expressão mais autênticas jamais será livre. Essa paulicéia africanista de São Paulo tem de ser reafirmada”, explicou Renato Dias, um dos fundadores do cordão, ao Virgula Diversão.

Em seguida, o grupo carioca Quizomba entrou em campo e misturou canções pop com sambas tradicionais. Entraram no caldo bossas como Espelho Meu (samba da União da Ilha), Preta Pretinha (Novos Baianos) e Saideira (Skank). “São Paulo voltou a ter uma galera que faz acontecer o carnaval de rua. O carnaval daqui não é cópia do Rio; ele é bem particular”, disse André Schmidt, um dos fundadores do bloco sediado no Circo Voador, no Rio.

O Bangalafumenga, com a participação da cantora Roberta Sá, foi a próxima a subir ao palco. “Os paulistanos fazem samba superbem, em todas as vertentes”, opinou a artista. “Nunca passei um carnaval em São Paulo, mas há uns dois ou três anos, começou um movimento de bloco de carnaval aqui. No próximo dia 23, devo vir à cidade para ver um bloco”, disse Roberta, que cantou Alô Fevereiro e outras músicas ao lado de Rodrigo Maranhão e dos outros integrantes do Banga.

Quem fechou a noite foi a paulistana Confraria do Pasmado, nascida de um grupo de amigos que faziam roda de samba e decidiram formar um bloco. “Em 2006, fizemos um na Vila Madalena. Havia muito pouco bloco na cidade. Começamos bem pequenos e, espontaneamente, fomos crescendo. Hoje, temos um bloco com 20 mil pessoas que acompanham. Mesmo assim, ainda somos ainda um grupo de amigos”, disse Eduardo Piagge, fundador da confraria.

Para quem perdeu o CarnaUOL, veja onde haverá desfiles dos grupos Kolombolo, Quizomba, Bangalafumenga e Confraria do Pasmado em São Paulo:

Kolombolo (homenagem ao o centenário do grupo Barra Funda)
– Dia 22 de fevereiro, a partir das 17h, saindo da Rua Belmiro Braga, 164 – Vila Madalena

Quizomba
– Dia 16 de fevereiro, a partir das 19h, no Cine Jóia (Praça Carlos Gomes, 82 – Liberdade) – ingressos a partir de R$ 30
– Dia 23 de fevereiro, a partir das 15h, descendo a Rua Augusta – Jardins

Confraria do Pasmado
– Dia 23 de fevereiro, a partir das 13h, saindo da Praça Rafael Sapienza
– Dia 8 de março, a partir das 8h, saindo da Rua Padre Carvalho com a Avenida Brigadeiro Faria Lima

Bangalafumenga
– Dia 22 de fevereiro – local e horário ainda não divulgados


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Primeiro CarnaUOL, em SP, faz dançar ao som de marchinhas, samba e música pop