A culpa é das roupas que elas usavam, das cervejas e drinks a mais na madrugada, do “não” tímido que não foi ouvido pelo agressor. Reviver o trauma, expor o ocorrido e buscar ajuda após um episódio de violência ou assédio sexual são apenas algumas partes de um processo exaustivo e frustrante para muitas vítimas desses abusos. Esgotadas e machucadas, elas ainda precisam enfrentar o questionamento e a deslegitimação do fato por todas as instituições que deveriam lhes oferecer apoio absoluto. Boa parte dessa culpa é daqueles que insistem em fazer comentários negativos e pejorativos sobre o ocorrido, mostrando às vítimas que o silêncio é a melhor saída para superar o abuso.

O caso da repórter do Portal iG, que denunciou o músico Biel por assédio sexual durante uma entrevista, é um grave exemplo desse silenciamento. Depois de ser “afastada” da redação por alguns dias, a jovem acabou sendo demitida pela direção do veículo, sem maiores explicações. As redes sociais do iG foram tomadas por críticas e manifestações em apoio à repórter, que também foi pega de surpresa pela demissão arbitrária. Afinal, ela exagerou em ter denunciado o assédio?

É preciso denunciar, sim, e desmontar a cultura que insiste em culpabilizar o lado errado dessa equação tão triste e sinistra. A mudança pode começar por você, aliás. Veja alguns exemplos do que nunca dizer a uma vítima de violência ou assédio sexual:


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"Você não tá exagerando?": o que não dizer a vítimas de violência e assédio sexual

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