(Vanessa Barcellini) – Sabe aquele livro de bolso? Os chamados pocket books? Pois é, eles estão ficando cada vez mais populares e estão em todos os lugares: livrarias, bancas de jornal, supermercados, rodoviárias e até no metrô. Livros antes desconhecidos por muitas pessoas e considerados de má qualidade para outras, agora invadem a bolsa da maioria dos jovens que gostam de literatura.

Dois motivos que contribuem para o crescimento são os baixos preços e a facilidade de transportá-los para e em qualquer lugar. Pessoas que não têm acesso a livros caros, como os de hoje em dia, apelam para os “pockets”, afinal, não existe diferença no texto para o original. Existem grandes editoras que estão lucrando muito com essa moda dos pequenos livros.

O exemplo da L&PM, pioneira na edição de pocket books, hoje é seguido pela Companhia das Letras e Record, que agora estão investindo pesado no livros de bolso. Juliana Vettores, que cuida da parte de comunicação da editora Cia. das Letras, afirma: “O público está preferindo esse tipo de livro por causa do preço mais acessível. Não existe diferença significativa em relação ao original e é uma leitura prática e rápida. A única mudança é que os livros normais têm fotografias e grandes capas, o livro de bolso não, ele deixa de se preocupar com fotos para se preocupar apenas com o conteúdo”.

Uma prova do quanto esse tipo de livros têm crescido, é que antigamente, eram publicados livros mais simples. Como por exemplo, edição apenas para mulheres, que custavam por volta de R$ 3,50. Atualmente, já se publicam livros de Vinicius de Moraes, Drauzio Varella, Maquiavel, entre outros.

Colecionar pockets se tornou uma moda que tem sido adquirida por muitas pessoas, difícil achar quem não tenha pelo menos um em casa, ou porque acham a conteúdo interessante ou até porque gostaram da capa.

Mas o que será que vai acontecer com esses livros? Será que existe alguma idéia do futuro dessas edições? Juliana afirma: “Não tenho idéia do que vai acontecer, tenho esperança de que eles cresçam cada vez mais. A Cia das Letras começou a publicar os livros em maio de 2005 e eram apenas um ou dois títulos por mês, hoje em dia chega a três, o que é uma grande conquista para quem sempre lutou tanto por isso”.

A estudante Marcela Castelucci coleciona esse tipo de literatura e afirma: “Eu sempre fico na dúvida se ele está na íntegra ou se foi bem traduzido. Tenho medo de comprar um e estar pela metade. Uma vez comprei Maquiavel narrado por Napoleão e achei ruim, era muito maçante”.

Já para outros leitores, os pockets são amigos de velha data. Kaio Felipe é um deles. O estudante de 17 anos, que cursa faculdade na Universidade de Brasília, gosta tanto dos pockets-books que criou uma comunidade no Orkut intitulada “Livros de Bolso”. A coleção vem crescendo, mas ele ainda se lembra do primeiro pocket.

"Se não me engano, o primeiro foi A Revolução dos Bichos (George Orwell), em 2004, quando a Editora Globo ainda tinha os direitos autorais sobre tal obra, e a lançou em uma coleção de pockets chamada A Aventura de Ler", diz Kaio. De lá pra cá já são cerca de 100 livros de bolso, a maioria da L&PM Pocket ou da Martin Claret, editoras que concentraram suas publicações no ‘poderoso instrumentos da civilização moderna’, como o escritor francês Jean Giono (1895-1970) uma vez definiu os pockets.

Existem casos em que o livro é mais editado, fazendo com que os leitores não gostem das mudanças. Em outros livros, as adaptações são tão poucas que não se sente diferença. É claro que um livro normal é mais completo, mas também mais caro.

Até bancas de jornal já se renderam aos pockets. Nas bancas de São Paulo, por exemplo, é missão impossível não encontrar livros de bolso, geralmente, com preços mais acessíveis que nas livrarias. Há quadrinhos, literatura estrangeira, nacional, ficção, romance, para todos os gostos. Basta deixar uns trocados e levar o livrinho, que curiosamente, quase nunca cabe no bolso.

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Pocket books: livros que viraram mania