Poderíamos estar em qualquer pequena cidade britânica, ou num filme do Harry Potter, mas não: estamos em Paracambi, na Baixada Fluminense, diante de um majestoso edifício de arquitetura inglesa, rodeado de árvores. É a Fábrica do Conhecimento, e o nome não é em vão. A antiga companhia têxtil fundada por britânicos no século XIX, no período do governo do imperador Dom Pedro II – cuja visita recebeu três vezes, aliás -, é hoje um complexo educacional que abriga pólos de ensino superior e profissionalizante. O lugar já se tornou um símbolo e importante atracão turística da cidade.

Inaugurada em 1871, a velha fábrica de tecidos, hoje renovada, abriga há 13 anos a Companhia Municipal de Baile, o Planetário, o Espaço Cinema e Arte, o núcleo da Escola de Música Villa-Lobos, o Espaço da Ciência e uma brinquedoteca, além das secretarias municipais de Cultura e de Meio Ambiente. Nos seus corredores, o burburinho das salas de aula se mistura ao som de diversos instrumentos musicais, entre eles, o piano clássico dos cursos de ballet. Só na área de dança, estão inscritas 780 alunas, desde as turmas de baby class às de ballet da terceira idade.

Pelos seus quatro andares, e cerca de 4 mil metros quadrados, circulam também mais de 6 mil estudantes matriculados nos cursos profissionalizantes e superiores da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), no Instituto Superior Tecnológico de Paracambi, no Centro Federal de Educação Tecnológica de Química (Cefeteq) e no Centro de Educação a Distância do Rio de Janeiro (Cederj).

Depois de quase um século de produção de tecidos de algodão, a fábrica fechou as portas em 1984, foi tombada no ano seguinte pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e, em 2001, comprada pela prefeitura e transformada na Fábrica do Conhecimento, ou melhor, na Universidade Municipal, como é chamada pelos moradores de Paracambi. É conhecida por ser um espaço democrático e de oportunidades para todas as crianças e jovens do município que, de outra forma, poderiam não ter o mesmo acesso a estes tipos de formação.

Uma visita à cidade de cerca de 45 mil habitantes pode surpreender: todas as praças de Paracambi possuem internet gratuita, e além da Fábrica do Conhecimento, há também atracões naturais, como a descida do Ribeirão das Lages, um rio que oferece correntezas propícias à prática de rafting, para os mais aventureiros.


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Paracambi produz conhecimento há 13 anos numa “fábrica” especial

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