Qual foi a última vez que você entrou no MySpace? Não na página de um artista, mas se conectou, pôs sua senha e acessou o seu perfil? No caso do repórter que vos fala, exatos 15 meses. A rede social da News Corp. foi a mais atingida com a popularização mundial do Facebook. Fechou escritórios ao redor do mundo (inclusive do Brasil), viu sua audiência cair vertiginosamente (o Twitter o passou recentemente como  a terceira maior rede social do mundo) e, principalmente, ficou restrito aos músicos, que não acharam outro lugar virtual melhor para divulgarem seu trabalho gratuitamente.

Para buscar um retorno aos dias de vacas gordas, que justificaram sua compra em 2005 por US$ 580 milhões, o MySpace anunciou nesta semana um novo projeto. Um novo projeto humilde, que de acordo com o CEO Mike Jones não o fará mais competir com o Facebook, mas transformá-lo em uma grande central de entretenimento, em que o usuário poderá ter acesso ao melhor do entretenimento mundial – de forma gratuita, leia-se.

O Vírgula testou o novo MySpace e analisa se dá para levar fé na nova empreitada ou não. Leia a seguir.

Nova doutrina

Dá para sentir o espírito que ronda o novo site antes mesmo de acessá-lo. Há diversas mensagens e vídeos que explicam o novo MySpace, como se fosse uma doutrina a ser proclamada por aí. O que dá para sacar é que a página não é mais feita para se trocar fotos das férias, por exemplo, mas virou um espaço conversar sobre programas de TV e coisas do tipo. Uma proposta interessante, mas vamos ver como isso funciona.

Para trocar o perfil é preciso entrar no endereço www.myspace.com/upgrade-profile e pedir para atualizá-lo. Logo de cara é possível mexer no layout e colocar fundos de parede que vão de telas de artistas bacanas a pôsteres da Kim Kardashian.

A graça é personalizá-lo e, nisso, o MySpace está muito mais fácil que antigamente, que exigia bons conhecimentos de código HTML. Agora há vários módulos, que dão a opção desde colocar um calendário no perfil a barras de vídeos ou que exibem suas últimas atualizações – algo bem Twitter.

Aqui se passa um certo brincando, mas, no fundo, não há funcionalidade alguma em ficar poluindo o espaço. Do que adianta criar um perfil incrível, com  toda sua agenda pessoal e passado profissional, se seus amigos não poderão interagir com ele? Afinal, quase ninguém se loga mais no MySpace…

Essa vai ser a principal dificuldade: não é de primeira que se entende a alma do novo projeto, pois é preciso se aventurar por ele para descobrir. Ao clicar nas abas de “Música” ou “Vídeo”, nota-se claramente um design mais leve, com conteúdo editorializado e heterogêneo, que vai de sugestão de clipes do sertanejo Daniel aos roqueiros engomados do Kings of Leon.

Isso o deixou um portal de entretenimento praticamente, cheio de botões interativos que permitem se tornar fã daquele material, compartilhá-lo, adicioná-lo ao seu perfil e etc. É como se o MySpace estivesse agora querendo ser uma nova MTV – o público é justamente aquele abaixo de 35 anos, fãs de novas músicas e vídeos, aliás.

Dá para notar o melhor de cada site importante ali: tem a interação do Facebook, o conteúdo do YouTube e a agilidade do Twitter. Mas, infelizmente, não há algo original, que prenda o usuário, acostumado a entrar em cada um desses canais separadamente e se sentir feliz e completo dessa forma.

O MySpace ganha fôlego com a nova postura,mas não dá para apontar agora se será de um maratonista ou de um velocista. Cabe a você testar e analisar.


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MySpace deixa de ser rede social para virar portal de entretenimento

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