Enquanto alguns vão para adquirir conhecimento de culturas diferente outros só precisam receber uma proposta de emprego para se mudarem. Este é o caso de Felipe Tindó, 26 anos, que foi à China após receber uma proposta de emprego. Formado em engenharia, Felipe viu na viagem inesperada, além da oportunidade de conhecer outro país, se aprimorar na profissão. A flexibilidade das pessoas do Brasil sempre foi o grande cartão de entrada em outros países. “Os chineses não têm experiência nenhuma em planejamento, procedimento, qualidade, metodologia de trabalho e isso nós brasileiros temos de sobra!”

Segundo dados da Embratur, anualmente mais de 27.000 saem do país em direção à China. Felipe lembra que conheceu muitos brasileiros durante a sua estadia. “Lá nós somos muito unidos. Conheci muitas famílias brasileiras por lá.” E continua: “Eles são muito corajosos por tentar a vida na China, ainda mais quando se tem crianças. É um choque cultural muito forte.”

Falando nos costumes, Felipe teve muita coragem para enfrentar o cardápio peculiar dos chineses. “Comida por lá é um problema sério. As coisas não são muito limpas.” Ele lembra que um dos brasileiros que trabalhavam com ele passou mal ao comer os alimentos feitos no refeitório da empresa. “A partir de então, dos sete brazucas que trabalhavam nessa empresa, eu e mais um arriscavam petiscar algo.” Rindo, Felipe conta mais uma destas situações inusitadas. “Tem muita coisa estranha lá. Por exemplo: uma barraquinha que vendia asas de frango no espeto. Detalhe, algumas ainda tinham penas.” E alerta: “Quem quiser perder alguns quilinhos pode vir pra China. Resultado garantido”, brinca.

Os problemas não estavam somente no paladar diferenciado, outras atividades comuns como tentar sair de casa e pegar um táxi também foi uma nova experiência para o nosso viajante. “Estávamos eu e alguns amigos em um táxi indo ao centro quando de repente o lado traseiro esquerdo do carro, simplesmente, caiu. Pensamos que fosse um pneu furado, mas logo percebemos que na verdade a roda havia saído, e estava rolando à alguns metros do carro.”

Mesmo com todos os contratempos e diferenças encontradas no país, Felipe não descarta a possibilidade de retornar e morar definitivamente na China. Diz entusiasmado que se adaptou muito bem ao estilo de vida dos chineses e que desejaria continuar conhecendo suas tradições. “Há coisas por lá que nem imaginamos que exista. Acredito que vivendo um tempo na China poderia aprender muito mais.”

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Mais de 27.000 saem do Brasil rumo à China

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