Quem nunca foi à longínqua Finlândia, no Norte da Europa,
pode conhecer um pouco da cultura deste país em Penedo, distrito de Itatiaia,
na Serra Fluminense. Imigrantes finlandeses chegaram à região no início da
década de 20 do século passado, fincaram raízes e hoje este pequeno pedaço do
Estado tem muito de sua cultura. É fácil entender porque eles gostaram tanto do
lugar, com seus vales floridos, rios e natureza exuberante Aqui, plantaram
novas árvores, ergueram chalés, produziram arte e artesanato. E visitar Penedo
pode ser ainda melhor que ir a Península Escandinávia: aqui, embora as
temperaturas possam cair bastante nesta época do ano, jamais serão tão gélidas.
Sem falar na quantidade de cachoeiras que Penedo oferece,
algumas acessadas com apenas 300 metros de caminhada, como a Cachoeira de Deus,
no Rio das Pedras, que tem uma bela piscina natural. Já o Poço das Esmeraldas,
no caminho para a Cachoeira das Três Bacias (que nasce dentro do Parque
Nacional do Itatiaia), ganhou este nome por causa da cor verde de suas águas.
Há ainda as cascatas do Pico do Penedinho, das Três Bacias, Três Cachoeiras e
outras. Mas, se preferir ficar longe das águas frias – a temperatura no inverno
em Penedo cai bastante, mas o céu costuma se manter limpo e sem nuvens, a
Finlândia tropical tem outras atrações mais, digamos, calorosas a oferecer.
Uma delas é o tradicional Baile Finlandês, todo primeiro
sábado do mês, no Clube Finlândia (e que outro nome teria?). As músicas típicas
de lá, com nomes diferentes como jenkka e letkis, além de tangos, polcas,
valsas, samba e rock embalam moradores e turistas de várias gerações. Para
entender a origem da tradição, o Museu Eva Hilden da Cultura Finlandesa de
Penedo conta esta e outras histórias relacionadas à colonização do lugar. O
acervo possui mais de mil objetos trazidos de lá, como tapetes de tear
finlandês (claro!), bordados, pôsteres e gravuras, livros etc.
As marcas deixadas pelos primeiros imigrantes ainda estão pé
em na arquitetura de Penedo, como uma casa toda de pedra, iniciada em 1932 – e
cuja obra que levou 14 anos para ficar pronta -, erguida por um colono para a
sua noiva saudosa da terra natal. Contam, aliás, que o casamento foi feito por
carta. E que as pedras foram recolhidas pelo noivo em um rio próximo. Hoje
funciona como igreja evangélica e só pode ser visitada com autorização da
entidade.
Um mergulho na cultura de um país tão distante e diferente do
Brasil vem ainda acompanhado de excelente gastronomia, com influências
europeias. A rede de hotéis de Penedo também não deixa a desejar em nada se
comparada a outros distritos da Serra, como a vizinha Visconde de Mauá.
