(por Heloísa de Oliveira) – Você sabe o que é ser um “dekassegui”? A palavra, de origem japonesa, denomina o trabalhador que sai de seu país para trabalhar em outro, mas alimenta o desejo de retornar à sua terra natal. Caso você tenha vontade de morar fora e o destino escolhido for a terra do sol nascente, o Virgula te dá algumas dicas de como se dar bem.

Primeiro passo: procurar um emprego – Para encontrar um bom emprego, geralmente é preciso recorrer às empreiteiras, que fazem a mediação entre o funcionário e a fábrica. Elas cobram US$ 2,5 mil pela colocação no mercado, indicação de moradia e passagem aérea – parte desse valor é debitada diretamente do salário. O Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior (Ciate) também oferece esse serviço, com empresas cadastras no Ministério do Trabalho do Japão. O interessado só precisa arcar com o custo da passagem (US$ 900).

Segundo passo: conquistar o emprego – Para ser admitido, é preferível que se tenha fluência na língua japonesa, disposição para trabalhar até 12 horas por dia e comprometimento. Uma dica: os japoneses são contra pular de um emprego para outro e faltar ao trabalho. A maioria dos estrangeiros empregados é do sexo feminino e tem entre 20 e 40 anos.

Terceiro passo: cuidados básicos – Para evitar transtornos, exija sempre o contrato de trabalho e procure saber mais sobre a empresa que você irá trabalhar – de preferência, verifique se aquelas que oferecem salários altos são idôneas. Veja se o salário é compatível com a dificuldade do serviço e se esclareça sobre o dia de pagamento, dia de registro em folha, horas extras e local onde vai morar.

O salário é calculado na relação iene/hora – a média salarial está em 900 ienes/hora para mulheres, e 1100 ienes/hora para homens. A passagem geralmente é financiada e paga através de parcelas descontadas na folha de pagamento.

Segundo a jornalista Gabriel Yamamoto Nahbu, que trabalhou durante um ano no Japão, a maioria dos brasileiros que está nas fábricas é jovem, descendente ou mestiça, e tem entre 20 e 40 anos. “A fábrica geralmente é o destino dos dekasseguis. Uma alternativa é abrir negócios, como restaurantes e lojas, ou investir na prestação de serviços”, diz ele ao Virgula.

Para Nahbu, é preciso encarar uma rotina de trabalho cansativa. “Eu trabalhava 12, 12 horas e meia por dia. Em uma semana, fazia o turno das 8 da manhã, às 8 da noite. Na outra, o inverso. É cansativo”, afirma. No entanto, aprender sobre outra cultura e viver uma nova experiência é sempre válido.

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Qual é o seu ritmo? Seja qual for, venha curti-lo de uma forma diferente!


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