(Por Camila da Rocha Mendes) Os brasileiros já não estão tão certos de que a economia interna irá resistir ao furacão de problemas que assola os países desenvolvidos. Pelo menos é isso o que se pode concluir de pesquisa divulgada nesta quarta-feira (23) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

 

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) – composto por cinco quesitos contidos na Sondagem de Expectativas do Consumidor – reduziu-se em 10,0% entre setembro e outubro de 2008, ao passar de 112,7 para 101,4 pontos, o menor nível desde junho de 2006 (101,0). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a variação passou de +3,4% em setembro para -10,1% em outubro.

 

A pesquisa não menciona a atual crise financeira, mas, não é difícil concluir que o tema, predominante no noticiário brasileiro nos últimos meses, pode ter influenciado o aumento da desconfiança do consumidor.

 

Confiança nas cidades

 

O ICC também mede a percepção do consumidor em relação à situação econômica em sua cidade. A parcela dos que avaliam a situação econômica local como boa reduziu-se de 16,9% para 10,1% e a proporção dos que a avaliam como ruim aumentou de 34,2% para 48,2% do total, entre setembro e outubro.

 

Perspectivas pessimistas

 

O futuro não traz sinais de melhora para a maioria da população, pois o levantamento registrou piora das expectativas em relação aos próximos seis meses: a parcela dos que esperam melhora da situação econômica local diminuiu de 31,3% para 23,1%. A dos que projetam piora aumentou de 13,1% para 30,6%.

 

A Sondagem de Expectativas do Consumidor é realizada com base numa amostra de mais de 2000 domicílios em sete das principais capitais brasileiras. A coleta de dados para a edição de outubro foi realizada entre os dias 01 e 20 de outubro de 2008. 


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Confiança do consumidor brasileiro é a menor em dois anos