(Por Camila da Rocha Mendes) O Banco Central revisou de 5% para 5,6% a projeção para o crescimento do PIB em 2008 (Produto Interno Bruto). A estimativa consta do Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta segunda-feira.

 

De acordo com o documento, a projeção maior é reflete a incorporação do crescimento econômico observado no terceiro trimestre deste ano, que ficou acima de expectativas. O PIB do terceiro trimestre teve expansão de 1,8% na comparação com os três meses antecedentes, e somou R$ 747,3 bilhões, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

Apesar do bom desempenho da economia brasileira neste ano, o BC alertou para o fato de que ainda é cedo para averiguar efeitos causados pela crise financeira global. "Ressalte-se que o resultado expressivo assinalado no terceiro trimestre do ano não refletiu os impactos do agravamento da crise nos mercados financeiros sobre as condições de crédito e o nível de incertezas de consumidores e empresários, ambiente que deverá se traduzir em desaceleração da atividade econômica no último trimestre do ano", disse o comunicado da autoridade monetária.

 

Em 2009, o BC acredita que o PIB irá crescer menos (3,2%), desempenho inferior ao desse ano, mas ainda assim positivo e longe da recessão. Tal crescimento deve ser “sustentado, pelo quarto ano consecutivo, exclusivamente pela demanda interna". Ou seja, o BC acredita que o brasileiro deve continuar consumindo, o que impulsionará a atividade econômica, mesmo que num ritmo menor. A previsão do Banco Central está acima da estimativa do mercado financeiro, para quem o PIB subirá apenas 2,5% no próximo ano.

 

Inflação

 

O BC aumentou a projeção de inflação para este ano, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de 6,1% para 6,2%, acima do centro da meta de 4,5%. A meta tem margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite superior é de 6,5% e o inferior é de 2,5%. Mas, para 2009, a estimativa de inflação recuou de 4,8% para 4,7%.

 

Essa projeção é feita com base no cenário chamado de referência, em que a taxa básica de juros, a Selic, permanecerá em 13,75% ao ano e a taxa de câmbio em R$ 2,40.

 

Já no "cenário de mercado" (que pressupõe redução dos juros para 13% ao ano no fim de 2009 e câmbio em R$ 2,20 no fim do próximo ano), que utiliza as projeções dos economistas do mercado financeiro para juros e câmbio no futuro, a estimativa para o IPCA deste ano subiu de 6%, no relatório divulgado em setembro, para 6,2%. Mas os cálculos para 2009 recuaram e a projeção de inflação caiu de 4,7% para 4,5%.

 


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Banco Central aumenta projeção do PIB para 2008

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