(Por Camila da Rocha Mendes) O câmbio reflete as várias operações de swap que o Banco Central brasileiro (BC) vem fazendo. O swap cambial é a venda de um papel na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) que vale dólar e seu pagamento é feito com variação dos juros. Por exemplo, o BC entra no mercado e faz um contrato fixando um preço para o dólar no futuro e se compromete, nessa data, a vender a moeda por este valor, assim como o comprador se compromete a comprar. Dessa forma, o BC “protege” os compradores de uma futura alta da moeda. Ao mesmo tempo, coloca mais recursos à disposição dos bancos, que podem repassá-los a clientes, amenizando as tensões em torno de uma escassez de dinheiro na economia.

 

As atuações no mercado de câmbio para segurar a disparada do dólar totalizaram US$ 32,8 bilhões entre os dias 19 de setembro e 28 de outubro.

 

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), em manter a Selic a 13,75% ao ano também colabora para a melhora dos mercados, pois a expectativa era de que houvesse uma alta da taxa, já que desde abril a autoridade monetária vinha elevando-a. Com a taxa em patamar estável, os juros de empréstimos e financiamentos tendem a se estabilizar, o que motiva o consumo e o investimento.

 

Brasil e EUA juntos

 

Por fim, o BC brasileiro fez uma operação em que trocou dólares com o Federal Reserve, o BC norte-americano. Economistas elogiaram a transação que demonstra um trabalho conjunto entre autoridades de todo o mundo, que precisam trabalhar em harmonia diante da possibilidade de uma forte retração na economia mundial.

 

O Fed deu uma “forcinha” disponibilizando US$ 30 bilhões ao Brasil. A ajuda não vem de graça: os BCs irão trocar reais por dólares. A medida ajuda a conter o avanço da moeda norte-americana em relação à nossa e dá segurança ao mercado brasileiro de que, se for necessário, as empresas nacionais terão recursos para pagar dívidas de curto prazo.

EUA menos mal

 

O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos no terceiro trimestre veio melhor do esperavam os analistas, apesar de ter registrado recuo foi de 0,3%. A projeção era de queda de 0,5%. O dado ajudou a dar ânimo às bolsas.

 

Além disso, o Fed cortou a taxa básica de juro norte-americana, o que facilita empréstimos e incentiva empresas a voltar a investir na economia real – aumentando a produção, expandindo fábricas e até contratando trabalhadores. Com esta possibilidade, os mercados por lá respiram aliviados – pelo menos por enquanto.


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Banco central ajuda a aliviar tensões