Ativista, Vicki Guarizo fala sobre Dia do Trabalho: “não queremos promessa, queremos ver” (Foto: Divulgação)

Neste 1º de maio, dia do trabalho, a influenciadora, comunicadora e ativista Vicki Guarizo traz reflexões importantes sobre a inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho. Em um país que ainda ocupa o topo das estatísticas de violência contra a população trans, falar sobre empregabilidade é falar também sobre dignidade, representatividade e transformação social.

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“Hoje em dia nós existimos, somos reconhecidas. Longe de ser o que deveria ser, mas é um avanço”, afirma Vicki. Ela lembra que há menos de duas décadas, pessoas trans podiam ser presas apenas por estarem nas ruas. “Essa pauta ainda é muito necessária.”

Apesar das dificuldades, Vicki destaca avanços importantes. “No lançamento do Selo Vitória, tivemos a presença da Nathaly, uma mulher trans que é engenheira no Nubank. Assim como ela, outras mulheres trans já estão ocupando posições de liderança. Isso nos dá esperança, mas o caminho ainda é longo.”

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Na visão de Vicki, muitas ações empresariais ainda são mais sobre imagem do que compromisso. “Hoje em dia, é marketing. A gente chama isso de pink money: ganhar dinheiro com uma causa sem de fato apoiá-la.”

Ela cita a própria experiência como influenciadora: “Na época da visibilidade trans ou do mês do orgulho, recebo propostas. Mas no restante do ano, é bem complicado. E quando recebo, os valores nem se comparam aos de influenciadores cis” destaca.

Vicki reforça que essa realidade não é só dela: “A comunidade trans grita por ajuda. Não dá mais tempo de esperar. Eu não quero ser exceção, quero que minha vivência seja a regra.”

Vicki também fala sobre os desafios enfrentados no dia a dia: “Existe uma pressão estética muito forte. A gente precisa ser um profissional excelente e ainda atender a um padrão de feminilidade.”

Essa exigência, segundo ela, fecha muitas portas: “Eu não tenho aquele visual que esperam, sabe? Eu tenho meu estilo. Mas, em alguns ambientes, só me aceitam se estou com cabelo grande, roupa justa… Vai muito além da capacidade profissional” reflete.

Para Vicki, não se trata de cotas, mas de reconhecer o potencial que existe nas pessoas trans. “A maioria dos talentos são silenciados só por serem trans. As empresas dizem que apoiam, mas cadê a pessoa trans em cargo de liderança?”

Ela acredita que iniciativas como o Selo Vitória podem ajudar a mudar esse cenário: “Não queremos mais promessas. Queremos ver. Queremos fazer a diferença.”

Encerrando com uma mensagem de força e esperança, Vicki se dirige a quem ainda está fora do mercado: “Jamais, em hipótese alguma, desista dos seus sonhos. A vida surpreende, e isso não é só um clichê. Às vezes, parece impossível, parece que somos insignificantes, mas é só a vida testando nossa coragem. A comunidade trans vive em um dos países mais transfóbicos do mundo. Mesmo assim, eu digo: continue. A vida é maravilhosa. E você merece viver tudo isso” finaliza.


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Ativista, Vicki Guarizo fala sobre Dia do Trabalho: "não queremos promessa, queremos ver"

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