(Por Camila da Rocha Mendes) Apesar da crise financeira, ainda há elementos favoráveis em relação às vendas, uma vez que há cerca de dois anos o emprego e a renda dos trabalhadores vêem aumentando no Brasil, e em 2008 não foi diferente.

 

Os lojistas paulistanos estão otimistas em relação às vendas de Natal e prevêem um aumento de até 4% no faturamento. É o que apontou a sondagem da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) realizada nos dias 18, 19 e 20 de dezembro, com 160 lojistas na capital paulista. As lojas de bens duráveis, como eletroeletrônicos, apresentaram alta de 2% e o segmento de semiduráveis, a exemplo de vestuário e calçados, registrou elevação de 6%.

 

O resultado apontado pela sondagem está coerente com os dados do ano anterior, que apresentou alta de 3% nas vendas natalinas, ressalta a pesquisa.

 

A sondagem apontou que 71% dos lojistas estão com os estoques iguais a 2007. Na avaliação da Fecomercio, esse resultado deve-se à crise econômica mundial. Inseguro com o cenário de incertezas nacional, o comerciante não se sentiu muito confiante em estocar um grande volume de produtos e achou mais seguro trabalhar com o mesmo número de mercadorias visto no ano anterior.

 

Crédito e promoções

 

Na hora da comprar, o cartão de crédito continua sendo a forma preferencial de pagamento, utilizada em 59% das transações, enquanto o pagamento à vista – dinheiro, cheque e cartão de débito – corresponde a 34% das compras. O cheque pré-datado responde por 6% do total e outras formas de pagamento como carnês e financeiras, atingem 1%.

 

Em busca de aumentar o faturamento, 62% dos comerciantes favorecem o consumidor com descontos especiais, 27% optaram pelas ofertas especiais (exemplo: as relâmpagos), 8% lançaram mão de sorteios e distribuição de brindes e 3% decidiram pelas vendas parceladas sem juros.

 

De acordo com a sondagem, 46% dos empresários do comércio estão investindo em alguma ação publicitária para aumentar as vendas. Já em relação a emprego temporário, 35% dos empresários contratam mão-de-obra extra no período natalino, enquanto 60% não.

 

Consumidor

 

Outra pesquisa, da Fundação Getúlio Vargas (FGV, mostra que do outro lado da história, o do consumidor, as expectativas também são otimistas. Após dois meses consecutivos em queda acentuada, a confiança do consumidor parou de cair no último mês do ano. É o que revelou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de dezembro, que subiu 0,5% na comparação com mês passado.

 

O índice havia registrado de 4,2% em novembro ante outubro, e recuo de 11,7% em outubro ante setembro. O índice é composto por cinco quesitos da "Sondagem das Expectativas do Consumidor", realizada desde outubro de 2002 pela FGV.

 

Entretanto, no confronto com igual mês do ano passado, o ICC continua em trajetória de queda, com recuo de 19% em dezembro deste ano. A fundação ressaltou que o otimismo aumentou em relação aos meses anteriores pela questão sazonal, ou seja, estamos numa época do ano em que as pessoas querem presentear, recebem rendas extras (como o 13º salário) e se empolgam com as compras de natal.

 

Em clima natalino, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva incentivou os brasileiros a continuarem consumindo responsavelmente apesar da crise. A declaração foi feita durante a mensagem de fim de ano exibida em rede nacional nesta segunda-feira (22). 


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Apesar de crise, pesquisas dizem que comércio terá bom natal

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