Kindle, iPad, tablets e até mesmo o smartphone. Hoje são várias as opções para quem deseja começar a experiência de ler um livro eletrônico. Para os mais ufanistas, desde o ano passado existe uma opção brasileira que promete proporcionar uma experiência semelhante ao do e-reader da Amazon, o Alfa, da Positivo. Será mesmo? Foi isso o que o Virgula Lifestyle buscou descobrir.

A primeira impressão em relação ao leitor de livros digitais é ótima. O Alfa é pequeno (240g), tem tela sensível ao toque e é bastante fino (8,9mm). Os botões são econômicos e servem apenas para realizarem funções básicas como avançar ou voltar uma página, limpar a tela (o que torna a leitura mais nítida) ou realizar uma busca rápida.

Porém, quando o aparelho é ligado o clima é um pouco de decepção. Dá um certo orgulho se deparar com um eletrônico desses Made in Brasil, mas não se pode negar que o Alfa é lento. E muito. Desde conectá-lo à internet (Wi-Fi) até o tempo de resposta que ele leva para identificar o que acabou de ser digitado na tela.

Adaptar-se com tal lentidão de navegação é rápido, mas enche um bocado, simplesmente para quem já passou algum tempo manuseando o Kindle, muito mais intuitivo e ligeiro.

O Alfa também tem como destaque as parcerias que possui com grandes lojas do varejo virtual, como Saraiva e Fnac. Esses sites têm áreas especiais para a compra de livros eletrônicos, algo ótimo, pois reproduz a experiência de se comprar na Amazon, certo? Mais ou menos.

Para adquirir algo nesses sites é preciso baixar a última versão do Adobe Acrobate ou do Reader. Uma bela encheção. Para ficar ainda mais chato, a Saraiva lhe obriga a ter o Saraiva Digital Reader instalado no seu computador e Alfa para acessar a biblioteca virtual adquirida dentro da loja.

É um processo demorado, burocrático e desnecessário. A dor de cabeça é tamanha que a vontade é encomendar um livro normal. O acervo, por outro lado, é generoso. Ainda não temos um bom volume de e-books em português, e a solução dos brasileiros costumava ser a de baixar um PDF e depois transferir o arquivo, o que se pode fazer com o Alfa, diga-se. O porém da biblioteca é o seu valor: alguns livros digitais não têm um preço lá muito camarada e não seria nada mal fornecer uns gratuitos para o usuário experimentar.

Em relação à leitura, esse é o item que o Alfa melhor se sai. A ideia da tela rotacional é uma boa sacada, ou seja, ele pode ser lido tanto na vertical quando na horizontal. É possível adicionar notas e conferir o significado de algumas palavras no ótimo Dicionário Aurélio que vem incluso.

Apenas a tela fica devendo. Apesar de usar a tecnologia e-ink (tinta eletrônica), a resolução dela é bastante escura e difícil de se acostumar no começo. As fontes também são mais escuras que as do Kindle, que popularizou essa tecnologia que simula a sensação de se ler realmente um livro e não uma tela com luminosidade.

O Alfa vem com um cartão de memória de 2G, algo suficiente para até 1.500 livros segundo a Positivo, e seu preço de mercado é de R$ 699 (pode ser parcelado em até 12 vezes).

Não que ele seja ruim ou maravilhoso, no final das contas é apenas mediano. Para quem não está com pressa, vale a pena esperar por uma nova versão sua ou um pacote de atualizações.

Daí ele poderá se sentir confiante o suficiente para querer concorrer com o Kindle.


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Alfa: testamos o concorrente tupiniquim do Kindle