Consumidores de dez países deram nesta sexta-feira calorosas boas-vindas ao novo iPad, a terceira geração do bem-sucedido tablet da gigante tecnológica Apple, que assim se consagra no setor num dia em que se poderia vender mais de 1 milhão dos novos aparelhos.
“Não vejo a hora de começar a usá-lo. Acho que não vou render muito no trabalho nesta tarde”, disse à Agência Efe Nancy Otterstrom, uma das centenas de pessoas que nesta manhã compareceram à loja da Apple na emblemática estação Grand Central de Nova York para comprar a última versão do tablet.
Cerca de 300 pessoas formaram uma longa fila às portas do estabelecimento – o maior do mundo da empresa – para estar entre os primeiros a adquirir o aparelho assim que a loja abrisse, às 8h (9h de Brasília).
Além dos EUA, o novo iPad saiu à venda de forma simultânea na Austrália, Canadá, França, Alemanha, Hong Kong, Japão, Cingapura, Suíça e Reino Unido.
Em todos, repetiu-se a cena habitual do lançamento de um novo produto da Apple: sacos de dormir nas ruas, longas horas de espera e aplausos dos funcionários aos primeiros a entrar às lojas.
Mas, neste ano, o lançamento do novo produto pela primeira vez testemunhou protestos impulsionados pela organização Change, que critica a empresa pela situação trabalhista dos funcionários das fábricas terceirizadas na China.
“O sangue dos trabalhadores está em você, iPad”, dizia uma das frases do protesto. Mas o ato não ofuscou a euforia dos consumidores pelo aparelho, que mais uma vez se mostrou patente. Exemplo disso é o nova-iorquino Greg Packers, que fez fila desde segunda-feira passada na loja da Apple na Quinta Avenida da Big Apple para comprá-lo.
E não somente nova-iorquinos se mostraram ansiosos para adquirir a nova versão do tablet, mas também alguns turistas, como o brasileiro Carlos Terra, que preferiu comprá-lo agora em vez de esperar semanas pelo lançamento do produto no Brasil.
O novo tablet chegará no próximo dia 23 aos consumidores da Áustria, Bélgica, Bulgária, República Tcheca, Dinamarca, Espanha, Eslováquia, Eslovênia, Finlândia, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Liechtenstein, México, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Romênia e Suécia.
“O que mais gosto é a definição de vídeo”, disse Carlos Terra à Agência Efe com o aparelho nas mãos, que custa US$ 499 na versão mais econômica e US$ 829 na mais cara, e que incorpora novidades como tela tátil de alta resolução e 3,1 milhões de pixels, processador de quatro núcleos, conexão de alta velocidade 4G (LTE) e comando de voz.
As boas-vindas dos consumidores ao novo iPad foi tamanha que os analistas da empresa Piper Jaffray preveem a possibilidade de venda de 1 milhão de unidades já nesta sexta-feira, o que significaria um novo recorde de vendas para o aparelho.
Em 2010, a Apple demorou um mês para superar o 1 milhão de unidades vendidas do primeiro iPad, um período que caiu a apenas um fim de semana em 2011 após a estreia da segunda versão do tablet.
“A Apple voltou a promover a marca no mercado dos tablets com este novo dispositivo, com o qual põe ainda mais pressão sobre seus concorrentes para que possam tirar uma alternativa competitiva”, explicou à Efe o analista da empresa Gartner, Michael Gartenberg, que enfatizou a qualidade da definição da tela.
“A tela é totalmente diferente ao que os consumidores viram até agora. Quando a utilizarem, sua impressão será como quando saiu pela primeira vez a televisão de alta definição”, previu o analista.
A gigante do Vale do Silício já domina um mercado que lidera com folga: entre outubro e dezembro, 54,7% dos tablets vendidos no mundo foram do modelo da Apple, comparado com 16,8% do Kindle da Amazon, muito mais econômicas, e 5,8% dos fabricadas pela Samsung.
A incrível expectativa gerada pela estreia do novo iPad, apresentado em San Francisco no último dia 7, levou as ações da gigante tecnológica a dispararem nos últimos meses. Nesta quinta-feira, o valor delas chegou a ultrapassar momentaneamente a barreira dos US$ 600 pela primeira vez na história.
A Apple é a empresa mais valiosa do mundo, com um valor de mercado que já supera US$ 550 bilhões, muito acima dos pouco mais de US$ 400 bilhões da segunda mais valiosa, a petrolífera Exxon Mobil.