As cinzas do escritor alagoano Lêdo Ivo, que morreu na madrugada deste domingo, vítima de infarto, na cidade espanhola de Sevilha, serão sepultadas no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, informaram neste domingo fontes oficiais.

O corpo do poeta, até então ocupante da cadeira de número dez da ABL, será cremado na Espanha e, posteriormente, suas cinzas serão repatriadas no início do próximo ano, precisou a ABL.

O poeta e jornalista alagoano, membro da ABL desde 1986, se encontrava em Sevilha, onde realizava uma viagem com sua família e onde iria passar o natal. Ivo sentiu uma indisposição após o jantar e, mesmo depois de ter recebido atendimento médico, acabou falecendo às 2h locais, explicou à Agência Efe seu filho, o pintor e artista plástico Gonçalo Ivo.

A presidente da ABL, Ana María Machado, destacou a versatilidade e capacidade fabuladora do escritor.

“Poeta e ‘ficcionista’ versátil, de obra variada que abrangia vários gêneros, Lêdo Ivo gozava de uma vitalidade assombrosa para seus quase 90 anos (88) e sua frágil saúde”, declarou Ana María, que também lembrou detalhes da personalidade do poeta, como seu gosto pela culinária e seu zelo em contar histórias divertidas e mordazes.

O escritor, amante declarado da literatura hispânica, estava há oito dias na Espanha, país que estava visitando na companhia de seus netos, seu filho Gonçalo e sua nora.

“Ele sabia que o fim estava próximo e ainda queria ver alguns amigos em Madri, como Juan Carlos Mestre e Martín López-Vega, além de também querer pisar nas terras de Gôngora e Quevedo. Ele sempre teve uma grande ligação com a Espanha”, relatou seu filho Gonçalo.

Dono de um forte temperamento, opiniões contundentes e um grande senso de humor, Ivo, que tivesse em vida iria completar 89 anos no próximo dia 18 de fevereiro, deixa três filhos, quatro netos e dois bisnetos.


int(1)

Cinzas do poeta Lêdo Ivo serão sepultadas no mausoléu da ABL no RJ