Em Araruama, cidade da Costa do Sol fluminense, um importante museu de arqueologia vem se tornando cada vez mais um ponto turístico obrigatório para quem visita a cidade e quer conhecer a história local. Localizado num belíssimo edifício do século 19, dentro de uma antiga fazenda de café, o museu conta a história da ocupação da região em painéis, imagens e oferece visita monitorada, enquanto aguarda a melhoria nas suas instalações estruturais para abrigar a maior parde de seu acervo arqueológico. Estão expostos objetos como urnas funerárias, louças, peças em cerâmica e pinturas restauradas. Mas muito do material recolhido nos sítios mais próximos da região hoje se encontra sob os cuidados do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

Inaugurado em 2006, a instituição, administrada pela Prefeitura de Araruama, pretende ser um polo agregador das descobertas arqueológicas e da cultura apreendida pelas pesquisas do próprio museu. Como resultado, resgata e valoriza a cultura das populações pré-coloniais que contribuíram para o legado arqueológico da Costa do Sol, destacando a história da ocupação da Região dos Lagos e a vida e o legado dos índios Tupinambás.

O museu está instalado na sede da Fazenda Aurora, prédio de 1862, em estilo Neoclássico,  tombado pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), mais um motivo para que seja visitado. A fazenda prosperou na época da pujança cafeeira na região, durante o século 19, mas logo entrou em declínio junto com o ciclo do café. É um antigo prédio residencial, fundado pelo português Francisco Pereira da Costa Vieira, que foi passando de geração em geração até ser vendido em 1968. Trinta anos depois, o prédio foi adquirido pelo empresário Oscar Magalhães, e aqui começa o trajeto recente até chegar a museu. Tombado em 2001 e desapropriado pela Prefeitura de Araruama em 2004, foi restaurado e inaugurado como Museu Arqueológico dois anos depois. Por conseqüência, a exposição também mostra a história do próprio prédio e da sua construção – ricamente ornada e pintada por autor desconhecido.

Ao lado do museu, está uma escola, uma capela e um jardim, que compõem o Complexo Cultural e Educacional Leonel de Moura Brizola. Entre a escola e o museu há uma intensa troca de conhecimentos: vários aspectos da cultura guarani fazem parte do currículo do colégio e o museu recebe pesquisadores e alunos. Ele inclui ainda uma biblioteca virtual, uma biblioteca específica sobre a cultura Tupinambá e um salão de exposições temporárias.


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Museu Arqueológico de Araruama resgata cultura pré-colonial na região