O último ano foi de boas notícias para os fãs de montanhas-russas. Alguns dos principais parques de diversões do mundo inauguraram atrações para agradar aos mais fanáticos por adrenalina, a exemplo do Cedar Point, em Ohio, nos Estados Unidos, com a sua Valravn, que oferece uma queda de 65 metros de altura, a 90 graus. Ou do Sea World, que inaugurou, no final de 2016, a Mako, que ostenta os títulos de mais rápida, mais longa e mais alta de Orlando.
Para 2017, estão previstas novidades em parques americanos como Six Flags e Busch Gardens Williamsburg. São aventuras que oferecem experiências variadas aos seus passageiros: viagens em alta velocidade com os pés suspensos, de pé, deitado, para fora dos trilhos… Os fãs mais aguerridos de montanhas-russas têm dividido sua paixão em redes sociais como o Instagram, em que postam imagens diárias de diferentes parques, organizam disputas das suas atrações favoritas e fazem a festa de quem ama emoções fortes.
As primeiras montanhas-russas de que sem tem noticia datam dos anos 1800. A história conta que as primeiras surgiram na Rússia (daí o nome). Os passeios de trenó no inverno prendiam-se em montes especialmente construídos no gelo, principalmente em torno de São Petersburgo. Foram construídas de 20 a 24 metros de altura e consistiam em uma queda de 50º. Sua popularidade era tão grande que empreendedores de outras partes resolveram copiar a ideia e fizeram carros com rodas construídos em trilhas. Desde então, o mundo não parou mais de produzir maravilhas para os fãs de fortes emoções.
O conceito da física aplicado ali é bastante simples. Ao contrário do que muitos imaginam, os vagões não possuem motor. O carrinho sobre até certa altura e acumula energia potencial. Essa energia potencial se transforma em energia cinética, o que garante a velocidade do carrinho e lhe dá força para fazer as manobras radicais e loopings.
Selecionamos algumas das mais radicais em uma espécie de guia para entender os principais tipos de montanha-russa existentes no mercado. A maioria, infelizmente, fora do Brasil. O país não tem tradição de grandes parques de diversão. Quem sabe no futuro?
X2
Inaugurada em janeiro de 2002, no Six Flags Magic Mountain, em Valencia, arredores de Los Angeles, na Califórnia. Oferece uma viagem única em que os passageiros vão para fora dos trilhos e giram 360 graus. É a única do tipo no mundo, já que sua fabricante, a Arrow Dinamics, fechou as portas no mesmo ano em que a montanha-russa foi inaugurada. Apesar da boa ideia, uma montanha-russa 4D, como a empresa vendia sua engenhoca, o passeio é um bocado violento: a primeira queda tem 65 metros de altura e uma inclinação de 88 graus. Imagine fazer isso girando 360 graus e você terá ideia da paulada. As curvas que vêm na sequência não são menos agressivas e o viajante sacoleja bastante no assento. A sensação é de dor no corpo. O passeio dura 2 minutos e 10 segundos a 122 quilômetros por hora.
Valravn
Inaugurada no ano passado no Cedar Point, em Ohio. É conhecida como “dive coaster” e leva seus passageiros a uma queda de 65 metros a 90 graus. É mais do que queda livre, já que o peso dos vagões puxam os viajantes a uma velocidade alucinante. Possui três inversões, e dura 1 minuto e 58 segundos. Trata-se de uma das experiências mais radicais mesmo para os fãs mais loucos de montanhas-russas.
The Smiler
Inaugurada em 2013 no parquet Alton Towers, no Reino Unido, tem a impressionante marca de 14 inversões. Corre a 85 quilômetros por hora em um percurso de pouco mais de 1 quilômetro, o que é bastante para uma montanha-russa. Apesar dos recordes e de toda pompa com que foi lançada, a atração sempre apresentou muitas falhas. A mais grave aconteceu em junho de 2015, quando um carrinho cheio de passageiros colidiu com outro que estava parado no meio do percurso durante um teste. Várias pessoas se feriram e a atração ficou temporariamente fechada, até reabrir em março de 2016.
Takabisha
Se você ficou assustado com as montanhas-russas que oferecem quedas a 90 graus, você não vai querer em saber dessa. Inaugurada em julho de 2011 no parque Fuji Q Highland, em Fujiyoshida, no Japão, ela tem uma queda de 121 graus, ou seja, os passageiros têm a sensação de serem jogados contra o chão, de uma altura de 43 metros. O passeio dura 2 minutos e 40 segundos a 100 quilômetros por hora.
Kinda Ka
A mais alta do mundo, chegando a 139 metros de altura (a altura de um prédio de 40 andares), e alcançando a velocidade de até 206 Km/h. O passeio dura até 56 segundos. O passeio começa com um “tiro” em uma enorme reta, quando o carrinho ganha velocidade para atingir a altura máxima da torre. Mas, antes de embarcar na aventura, os funcionários avisam: nem sempre o sistema de imãs que é responsável por fazer o carro correr funciona bem e pode ser que ele não ganhe velocidade suficiente. A consequência disso é que os vagões podem retornar à estação. De costas. Para se ter uma ideia: a montanha-russa é tão alta, que, lá de cima, é possível ver a Terra em formato oval, algo que só paraquedistas conseguem enxergar. Encararia essa?
Mako
É categorizada como Hypercoaster, um tipo de montanha-russa de longuíssima extensão e, em geral, sem inversões. Foi inaugurada em 10 de junho de 2010, no Sea World, em Orlando e é mais um símbolo do empenho do parque em investir em atrações de adrenalina. Um reflexo, talvez, de o lugar sofrer pressões de grupos que defendem os direitos dos animais e de estar na mira de organizações como PETA por causa de seus shows com orcas e de manter animais e cativeiro. A primeira queda tem 61 metros e o carro atinge 117 quilômetros por hora.
Cheetah Hunt
Conhecida como steel lauched roller coaster, ela acelera e ganha velocidade em uma grande reta, diferentemente de outras montanhas-russas, que acumulam sua energia potencial em grandes subidas. Tem um looping. De resto, o viajante pode aproveitar um passeio a 97 quilômetros por hora nos jardins do Busch Gardens em Tampa. A promessa é reproduzir a caçada do guepardo, um dos animais mais velozes do mundo. Mas a viagem oferece muito mais do que isso. Oferece 3 minutos e 30 segundos de emoção em um vagão que desliza com maciez sobre os trilhos, sem trancos.
Riddler´s Revenge
Os passageiros vão de pé e experimentam 6 inversões. O passeio foi inaugurado em 1998, no Six Flags Magic Mountain e custou 14 milhões de dólares para ser construído. Uma novidade para época foi o falso looping: uma inversão que, na verdade, não era inversão, já que não deixava os viajantes de cabeça para abaixo, apenas a alguns graus de inclinação em relação ao chão. Dura 3 minutos e o carrinho atinge 105 quilômetros por hora.
Tatsu
Conhecida como “Flying Coaster”, foi inaugurada em maio de 2006 no Six Flags Magic Mountain. Os passageiros vão deitados de frente, como se estivessem em uma asa delta. Erguida em cima de pilares altíssimos, oferece uma visão de cima do parque e dá a sensação de que os viajantes estão realmente voando. Desliza maciamente sobre os trilhos e, apesar da altura, da velocidade de 100 quilômetros por hora e das 4 inversões, trata-se de um passeio bem tranquilo e sem sobressaltos.
Taron
Inaugurada em junho do ano passado no parquet Phnatasialand, na Alemanha, não possui inversões, mas é uma das maiores do mundo, com 1 quilômetro e 400 metros de extensão. Atinge a velocidade de 116 quilômetros por hora, e leva os passageiros a um passeio em uma vila da Idade Média.
Kumba
Aberta em 1993 no Busch Gardens de Tampa, inaugurou no parque uma nova era: a das montanhas-russas gigantes. Até então, o lugar contava com as modestas Phyton e Scorpion. Com Kumba, os visitantes passaram a experimentar a sensação de 7 inversões e de um passeio realmente radical pelos jardins do parque, entre os tigres albinos do lugar. A montanha-russa ostentou por um bom tempo o título de mais alto looping vertical do mundo: 35 metros.
Montu
Uma das primeiras montanhas-russas invertidas do mundo, foi inaugurada em maio de 1996 no Busch Gardens de Tampa, na Flórida. Tem uma primeira queda de 46 metros e atinge 105 quilômetros por hora. Apesar das 7 inversões, impressiona mesmo pela maciez com que o carro desliza nos trilhos, evitando os famosos trancos. Na metade do percurso, quando o carro atinge uma velocidade muito grande, uma freada providencial garante o conforto dos passageiros e não deixa que o passeio seja lembrado por solavancos. Além disso, os trilhos foram todos construídos para dar a sensação de que os viajantes vão bater os pés em catacumbas do Egito. Uma engenhoca muito bem projetada e pensada pela empresa suíça Bolliger & Mabilard. Não à toa, a montanha-russa figura quase sempre entre as melhores e mais agradáveis do mundo. São 3 minutos de pura diversão.