Consideradas um dos fenômenos naturais mais bonitos que existem, as auroras boreais são resultado do comportamento do sol na atmosfera da Terra. Quando partículas emitidas pelas tempestades solares tocam os polos do planeta, elas reagem com os gases atmosféricos e colorem o céu com uma incrível dança de luzes verdes e rosadas que atraem turistas do mundo inteiro. Ou seja, quanto mais agitado está o sol, mais tempestades solares acontecem e melhor é a visualização das auroras, especialmente nos países do Ártico.
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Os especialistas se mantêm atentos ao ciclo solar, pois sabem que o sol vive um aumento e queda da sua atividade a cada 11 anos ou 12 anos, com pico de manchas solares voltadas à Terra na metade desse tempo – e são as manchas solares que indicam as tempestades.
“Agora, em janeiro de 2023, a quantidade de manchas solares do ciclo atual já é maior do que o pico do ciclo anterior. Isso mostra que podemos estar nos aproximando do auge desse importante gráfico um ano antes”, explica o caçador de auroras boreais brasileiro Marco Brotto, que há mais de 10 anos estuda o fenômeno e já realizou mais de cem expedições para visualizá-lo.
Recentemente a Agência Espacial Estadunidense (NASA) noticiou que o período de máxima solar está de fato iniciando e o chefe de pesquisa espacial do Centro Espacial Norueguês, Pål Brekke, tornou pública a avaliação de que o máximo solar do atual ciclo deve acontecer em 2024.
“O atual ciclo iniciou em 2020, quando a mínima registrou mais de cem dias sem manchas solares. Isso torna esperado que a máxima ocorra na metade de 2025. Porém, esta semana já temos prevista a mais alta atividade solar desde 2014. Se o índice oficial de fluxo solar superar a marca de 237 – o que é muito esperado – será o mais alto desde 2003”, completa Brotto.
Visualização das auroras
Quanto mais manchas solares são visualizadas no sol, mais auroras são visualizadas na Terra. O caçador de auroras Marco Brotto explica que hoje existem de cinco a seis manchas solares voltadas para a Terra.
“A temporada 22-23 de aurora boreais está sendo incrível, inclusive na visualização de auroras mais raras, como as de cor rosa. Já pude observar mais de 20 delas de setembro para cá. Noto que há uma menor incidência de buracos coronais – que também produzem auroras – e mais manchas solares. Isso pode ser apenas uma coincidência ou já um efeito dessa agitação solar”, conta ele.
De acordo com o especialista, o que ainda não se sabe é se a atividade solar continuará crescendo até 2025 (registrando um super ciclo) ou se está atingindo seu pico mais cedo e depois tende a diminuir (registrando um ciclo mais curto ou mais fraco, com a máxima fora do centro). “É isso que descobriremos nos próximos seis meses”, explica.
Ele explica que, mesmo na mínima solar, quando a atividade é mais baixa, é possível visualizar auroras na Terra. O mais importante é que o viajante procure expedições guiadas por profissionais capacitados e muito bem informados sobre as condições climáticas, atmosféricas e solares.
“A temporada de visualização das auroras deve seguir intensa pelos próximos anos, com expedições previstas para Islândia, Lapônia, Alasca, entre outras regiões. Vi auroras lindas na mínima do ciclo 24, com buracos coronais produzindo as CME (ejeção de massa coronal), e estou ansioso pelo ciclo 25. Tenho certeza que, independente de como serão formadas, as auroras sempre terão sua magia e beleza”, finaliza Brotto.