X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido é um dos blockbusters mais aguardados de 2014, e não é para menos. O novo filme da franquia, dirigido por Bryan Singer, estreia nesta quinta-feira (22) nos cinemas brasileiros. O longa se sai bem muito bem em vários quesitos e vai conquistar o coração tanto dos fãs das HQs — que vão ter que perdoar algumas falhas do roteiro — quanto daqueles que vão assisti-lo sem nenhuma espectativa. 

A trama começa num cenário completamente apocalíptico, no qual os Sentinelas, robôs projetados pelo Dr. Bolivar Trask (Peter Dinklage) para matar mutantes, estavam exterminando não só o seu alvo principal, mas também humanos cujos genes pudessem gerar descendentes mutantes. 

Não vendo uma outra saída dessa situação, o Professor Charles Xavier (Patrick Stewart) planeja viajar para o passado e evitar o acontecimento na década de 1970 que deu início à guerra entre mutantes e humanos: o assassinato de Trask por Mística/Raven (Jennifer Lawrence). Depois de matá-lo, Mística foi capturada e o seu DNA — que contém o gene que a permite se transformar em qualquer humano/mutante — foi utilizado para aprimorar os robôs assassinos, tornando-os adaptáveis a qualquer alvo e  praticamente invencíveis.  

Xavier pretende usar os poderes de Lince Negra (Ellen Page), que consegue fazer a mente de alguém voltar no tempo e alterar o rumo da história, e voltar ele mesmo aos anos 1970 para consertar tudo. Há, porém, um problema: Lince só consegue fazer a mente de alguém voltar por curto período de tempo. Do contrário, a mente levada ao passado se desintegra.

A solução escolhida pelos roteiristas faz de Wolverine (Hugh Jackman) o protagonista novamente. “E se o cérebro de alguém conseguisse se regenerar tão rápido quanto ele se desintegra?”, indaga o personagem de Jackman. Assim, o mutante queridinho dos fãs entra na história. (Essa é uma das adaptações do roteiro que os fãs das HQs terão de relevar, já que, nos quadrinhos, quem viaja no tempo é a própria Lince Negra).

Ao chegar no passado, Wolverine procura Xavier e Magneto (agora vividos por James McAvoy e Michael Fassbender, respectivamente) para explicar a eles a situação em que os mutantes se encontram no futuro para que eles o ajudem a parar Mística. Só há um problema: Xavier e Magneto já se desentenderam e tomaram rumos diferentes, sendo que o primeiro está sem seus poderes, e o segundo, preso e acusado de assassinar o presidente John Kennedy. 

Assim, Mercúrio (Evan Peters), com a sua hiper-velocidade, é intimado a ajudar Wolverine, Professor Xavier e Fera (Nicholas Hoult) a soltar Eric da prisão. Sua presença no filme é rápida, mas é essencial, por trazer uma pitada necessária de humor ao longa. Após a libertação de Eric, surge mais um problema: a diferente forma com que Xavier e Magneto enxergam o mundo os leva a rumos opostos novamente.

Apesar de num primeiro momento haver a impressão de que Wolverine vai dominar o longa, ele funciona mais para intermediar a história. O triângulo amoroso entre Xavier, Magneto e Mística protagoniza a trama. Mais Xavier e Magneto, na verdade, com ela no meio do fogo cruzado das disputas ideológicas dos dois manda-chuvas da comunidade mutante.

O que é uma pena. Além de Mística ser uma personagem interessantíssima, a atuação de Jennifer Lawrence é maravilhosa. Ela se sustenta como mesmo em um blockbuster, deixando de lado a garota “louquinha” de O Lado Bom da Vida e Trapaça, de David O’Russell. Fassbender como o mutante mais fodão da galáxia e McAvoy como Xavier também estão ótimos. O elenco inteiro é magistral. Mas a complexidade da personagem e a atuação de J-Law provam que a Mística precisa urgentemente de um filme solo. 

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido consegue atingir o seu objetivo como filme de ficção: por misturar bem o real com a fantasia — a prova disso é sua ótima ambientação nos anos 1970 –, faz com que o telespectador compre o seu discurso. O mais importante: ele envolve o espectador e cumpre seu papel dentro da esfera do entretenimento, confirmando o alto potencial cinematográfico do enredo da HQ. Seria uma boa se a Marvel também tentasse testar todo esse potencial na televisão e realmente transformasse a franquia X-Men em série de TV. Quem sabe uma nova Agents of SHIELD não esteja por vir, não é mesmo?

Trailer cheio de ação de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido é divulgado


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Crítica: 'X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido' prova que Mística precisa de um filme solo