Quem é mestre, parece que sabe a hora de se retirar. Na semana em que perdemos o pai do terror contemporâneo, Wes Craven, dois filmes finalmente estreiam no circuito brasileiro mostrando que seu legado permanece e segue evoluindo. Eles podem não trazer, como os de Wes traziam, assassinos mascarados que correm atrás de mocinhas virgens e valentões um pouco burros, mas herdam a maestria dos roteiros feitos especialmente para jovens, com história envolvente, sustos aos montes e continuações que valem a pena. Vem ver!
Corrente do Mal (2014)
Estreou no último dia 27 de agosto o filme mais aguardado do ano – até porque, nos Estados Unidos, ele já foi lançado em março e conquistou gente do quilate de Quentin Tarantino. Corrente do Mal fala sobre uma maldição que se passa através do… sexo! Não, não é doença venérea nem encosto, mas é como se fosse. E a mocinha Jay, representada por Maika Monroe, contrai essa desgraça de um rapaz com quem está saindo e não sabe bem o que fazer com ela. Passa adiante? Devolve? Enquanto isso, ela e seus amigos saem atrás de uma explicação, ou mesmo cura, para essa corrente maligna.
O filme é muito legal, por mais que se perca um pouco lá pelo meio, exatamente pelo clima adolescente que ele mantém. É como se eles vivessem uma lenda urbana, e fossem investigá-la em uma aventura que envolve o oculto – bastante diferente dos filmes que tivemos nos últimos 15 anos, em que praticamente todos os filmes tinham um personagem (humano ou não)/(mascarado ou não) perseguindo um grupo de amigos. Vale bastante a pena apostar nesta nova forma de susto.
Corrente do Mal
A Entidade 2
Estreia nesta quinta-feira (3) a continuação de A Entidade, filme de 2012 que conta a história de um espírito que se manifesta em núcleos familiares. O segundo filme é ainda melhor em termos de sustos (sério, se você não se controla, vê lá o vexame que vai dar no cinema), de complexidade de história e de respeito para com o roteiro anterior. Mesmo com a mudança de diretores – o primeiro foi de Scott Derrickson, o segundo, de Ciarán Foy – a história não se perde nos detalhes e se explica até o final.
Desta vez, o filme conta a história de Courtney (Shannyn Sossamon), que se muda com os dois filhos para uma casa próxima a uma igreja onde aconteceu um massacre. Dylan (Robert Daniel Sloan), um de seus gêmeos, é o primeiro a se comunicar com os espíritos que rodeiam o local, enquanto problemas reais ocupam a rotina da família. Em breve, um grande assassinato vai acontecer, e o Detetive So & So (James Ransone), um dos poucos personagens remanescentes do primeiro filme, se aproxima para evitar a tragédia.
N. da R.: Se você é impressionável, vale avisar que este filme tem uma das cenas mais macabras e inventivas de assassinato já vistas. Pode tapar os olhos, tá?