Quinze anos depois de Central do Brasil, Vinicius de Oliveira, hoje aos 28 e pai de um filho, andava sumido dos holofotes. Seus últimos papéis de destaque foram em Linha de Passe, de 2008, e Assalto ao Banco Central, de 2011, ambos sucessos de crítica e público.
Agora, o ator reaparece no YouTube com Fominhas, programa sobre futebol apresentado e dirigido por ele. “Esse ano confesso que passei em branco”, brinca Vinícius em entrevista ao Virgula. “Não parei de fazer cinema. Mas, aqui, no Brasil, lançar um filme é mais dificil do que fazer a cobra fumar”, explica. Na TV, diz ele, é pior ainda. “Um bom papel me instigaria. Mas, se não recebo nem respostas de material que mandei para um possível teste, que dirá convites”, explica.
Já em Fominhas, a ideia é fugir dos padrões da televisão. A atração vira do avesso o formato das mesas redondas da TV; em clima lá em casa, quatro comentaristas discutem esporte entre cervejas e petiscos. Vinicius divide a palavra com Gabriel Godoy, Marcos Dadi e Fabiano Tatu. A versão inicial surgiu há mais de quatro anos, mas só tomou forma na internet em 2013, quando os quatro decidiram investir para valer na ideia.
“Minha paixão pelo futebol é desde moleque, quando jogava bola com meu pai”, conta. “Comecei a acompanhar em 1994, na Copa do Mundo, e ainda assim na TV do vizinho. Como na época só se falava em Romário, que jogava para o Flamengo. Foi o suficiente para eu passar a torcer pelo Mengão”, relembra. “Cheguei a usar brinco de pressão de cruz que o Baixinho usava na época.”
Para Vinicius, estar na direção é novidade. “A pegada é totalmente diferente”, explica. “A internet veio pra, de certa forma, revolucionar os outros meios de comunição. A TV por sua caretice, principalmente nos canais abertos nos quais nada se pode fazer. Na internet você tem total liberdade”, reflete. E acrescenta: “Quem faz cinema já entendeu que a web é um super caminho pra nos livrarmos da exploração que são as salas de cinema, o alto custo da distribuição e tirar nossos filmes da gaveta”.
Por sinal, dois filmes filmes com Vinicius se encontram “engavetados” no momento: Se Deus Vier que Venha Armado, de Luis Dantas, do qual ele é protagonista, e A Hora e a vez de Augusto Matraga, dirigido por Vinicius Coimbra e premiado no Festival de Cinema do Rio em 2012, em que faz participação. Em finalização está Trinta, cinebiografia de Joãosinho Trinta dirigida por Paulo Machline, esta em etapa de finalização.
E mesmo quinze anos depois de ter sido descoberto por Walter Salles, ainda mantém contato com o diretor. “Essa vontade de dirigir veio muito por conta do trabalho dele nos sets de filmagem. Ficava observando o quanto era legal esse negócio de dirigir um filme com um equipe grande. E vontade de trabalhar junto não falta, viu. Falta oportunidade, mas acho que é uma questão de tempo até retornarmos a parceria.”
