Máscara de V de Vingança aparece em protestos pelo Brasil


Créditos: Reprodução/Facebook

Em meio à onda de protestos pelo Brasil, as máscaras de Guy Fawkes, que aparecem na série de HQ V de Vingança, estão desaparecendo das prateleiras das lojas de fantasias. Na rua 25 de Março, em São Paulo, duas delas já não têm mais o item em estoque. Em outra, a reposição tem sido feita de duas em duas horas – são 150 máscaras por vez. “Às vezes nem chega na prateleira, chega um e compra tudo de uma vez”, conta o gerente. 

As vendas também dispararam no centro comercial Saara, no Rio de Janeiro. De acordo com uma vendedora, todo o estoque foi esgotado em dois dias, a R$ 7 cada. Nem mesmo o distribuidor do produto foi capaz de atender à demanda. “Não sabemos quando vai ter de novo”, admite. Pelas ruas, ambulantes vendem o “kit protesto”, que, por R$ 15, inclui a máscara e uma bandeira do Brasil. Também é possível adquirir o combo pelo site Mercado Livre.

As máscaras ganharam popularidade no Brasil por meio do grupo de hackers Anonymous, que apoiou abertamente na internet as manifestações. Logo foi possível encontrar centenas de Guy Fawkes em protestos no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e outras cidades. 

O movimento Occupy Wall Street e os indignados na Espanha, ambos de 2011, adotaram a máscara como símbolo contra a opressão dos governos sobre a população. Até Julian Assange, criador do WikiLeaks, já a vestiu durante um protesto. 

À época, o criador da série, Alan Moore, falou sobre o assunto ao jornal britânico The Guardian: “Sinto como se um personagem que criei há 30 anos de alguma forma escapasse do mundo da ficção”. Por fim, ele pareceu gostar da ideia. “Quando você tem um mar de máscaras do V, faz os manifestantes parecerem um organismo único – o 99% que ouvimos tanto. Isso é formidável. Posso ver por que eles a escolheram”, completou.

O autor não é tão elogioso, no entanto, quando o assunto é a adaptação da obra para o cinema. Após ter vendido os direitos do livro para Warner Bros “por alguns milhões e dólares”, em suas próprias palavras, Moore declarou que sua história foi transformada em propaganda do neoliberismo norte-americano e pediu para que seu nome fosse retirado dos créditos. O longa-metragem, dirigido por James McTeigue e estrelado por Natalie Portman, estreou em 2005 e levou Moore a romper seu contrato com a DC Comics.


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Febre entre manifestantes, vendas de máscara 'V de Vingança' disparam