O longa-metragem Um Corpo Que Cai (1958), de Alfred Hitchcock, superou Cidadão Kane, de Orson Welles, e ocupou o posto de “melhor filme de todos os tempos”, segundo a última enquete da revista Sight and Sound do Festival de Cinema Britânico (BFI), que, por sua vez, realiza essa pesquisa a cada dez anos.
Nesta última pesquisa da revista especializada, que classifica os 50 melhores filmes de todos os tempos, o filme de suspense que o reconhecido diretor britânico lançou em 1958 superou por 34 votos o longa Cidadão Kane, que ocupou o primeiro posto desta lista durante as últimas cinco décadas. Nenhum filme rodado na última década aparece na classificação da BFI.
Reunindo um total de 846 especialistas, entre distribuidores, críticos, acadêmicos e escritores, a enquete elaborada pela Sight and Sound pede que os filmes sejam avaliados de acordo com sua relevância na história cinematográfica, sua descoberta estética e seu impacto com base na própria visão de cinema dos jurados.
Com um elenco que inclui os atores do nível de James Stewart e Kim Novak, Um Corpo Que Cai aborda a história de um policial aposentado, John “Scottie” Ferguson (Stewart), que sente medo de altura.
Na última pesquisa realizada pela revista, o filme de Hitchcock, considerado pelo próprio diretor britânico como sua “obra mais pessoal”, tinha ficado somente cinco votos atrás de Cidadão Kane (1941).
Assim como o filme de Welles, Um Corpo Que Cai recebeu muitas críticas contraditórias quando foi lançado, embora tenha ganhando muito prestígio com o passar do tempo.
Nesta classificação da BFI, o filme de Yasujiro Ozu Era uma Vez em Tóquio (1953) passou do quinto ao terceiro lugar, enquanto A Regra do Jogo (1939), de Jean Renoir, perdeu uma posição e, agora, aparece em quarto.
Entre os dez primeiros, apenas dois são “novos”: O Homem da Câmera (1929), de Dziga Vertov, que aparece em oitavo, e A Paixão de Joana d’Arc (1927), de Carl Theodor Dreyer, na nona posição.
Entre os filmes selecionados, o mais recente é 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, que aparece em sexto lugar na lista.
O diretor da revista Sight and Sound, Nick James, declarou aos jornalistas que o resultado dessa classificação “reflete as mudanças realizadas na cultura da crítica cinematográfica” nos últimos anos.