Em uma pretensa homenagem ao gênero de terror, The Cabin in the Woods transforma os manjados clichês dos filmes de suspense em ferramentas a serviço de uma conspiração na qual vítimas e carrascos exercem um papel que extrapola seu próprio drama.

À primeira vista, a produção, que deve estrear no Brasil em agosto, parece tratar a viagem de final de semana de um grupo de jovens a uma cabana isolada na floresta onde não falta o típico relato sobre crimes impiedosos, um porão ao qual não se deve descer e uma ameaça sobrenatural; uma fachada que é apenas a ponta do iceberg.

“A ideia era escrever uma carta de amor ao gênero de terror. Queríamos examinar por que fazemos estes filmes várias vezes e por que os vemos”, disse à Agência Efe seu diretor Drew Goddard, que foi produtor e roteirista de Lost e escreveu The Cabin in the Woods junto com Joss Whedon, diretor de Os Vingadores.

Após o início sem surpresas, The Cabin in the Woods dá um giro e mostra rapidamente ao espectador os segredos do terror sofrido pelos jovens em uma espécie de maquiavélico reality show orquestrado desde um centro de controle no qual seus empregados contemplam o que ocorre como parte de sua rotina de trabalho.

O contraste entre ambas situações faz com que a tensão e o humor se alternem ao longo do filme, que pouco a pouco vai revelando o propósito final e imprevisível de tanta tragédia.

“O mais difícil do trabalho era manter o tom, era algo sobre o qual éramos conscientes. Era preciso encontrar esse equilíbrio entre comédia e terror para não cair demais em nenhum dos dois e ter nossa própria voz”, comentou Goddard, que defendeu a originalidade de uma produção que usou como base ingredientes bem conhecidos.

“Não tentamos imitar nada especificamente. Foi muito importante fazer nosso próprio filme, mas acho que de uma forma ou outra todos os filmes que vi do gênero influenciaram Cabin“, contou Goddard.

Entre estas referências estão Uma Noite Alucinante (1981), de Sam Raimi, e Suspiria (1977), de Dario Argento, apesar de Goddard se confessar um admirador da obra de John Carpenter, especialmente O Enigma de Outro Mundo (1982).

O filme promete surpresas para a audiência, entre elas uma atriz de renome – “um ícone para este tipo de filmes”, destacou Goddard – que aparece em cena quando a história está próxima de seu desenlace, assim como outros ingredientes mitológicos.

“Felizmente não tivemos que deixar nada fora deste filme, está tudo o que queríamos para bem ou para mal”, afirmou o diretor.

Os críticos receberam o filme com entusiasmo com avaliações que superam em sites de referência como o Rotten Tomatoes as conseguidas por A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese, por exemplo.

The Cabin in the Woods é protagonizado por Chris Hemsworth (Thor), Kristen Connolly (Fim dos Tempos), Fran Kranz (Diário de um Banana: Rodrick é o Cara), Richard Jenkins (O Visitante) e Bradley Whitford (Perfume de Mulher).

Drew Goddard estreou como diretor neste filme e deve continuar dirigindo se surgirem oportunidades, segundo esclareceu à Efe, apesar de sua carreira ainda estar focada na elaboração de roteiros de televisão.

No cinema foi o autor do roteiro de Cloverfield – Monstro (2008) e se encarregou de adaptar o romance futurista de Daniel H. Wilson Robopocalypse para que Steven Spielberg o leve à tela grande.

“Acho que começarão a filmá-lo em breve”, antecipou Goddard, que descreveu a história como “um filme de ficção científica épica sobre que aconteceria se nossa tecnologia se voltasse contra a humanidade”.


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The Cabin in the Woods é "carta de amor ao cinema de terror", diz diretor

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