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A Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos abriu uma investigação sobre o uso da tortura que reflete o filme A Hora Mais Escura, e por isso interrogará a CIA sobre informações fornecidas aos responsáveis pela produção.
Três senadores americanos que qualificaram de “inexato e enganoso” o filme, baseado na operação militar que matou Osama bin Laden, anunciaram em comunicado nesta quinta-feira (3) que irão averiguar se a diretora Kathryn Bigelow e o roteirista Mark Boal tiveram acesso “inadequado” a dados confidenciais.
“O filme implica claramente que as técnicas de interrogação coercitiva da CIA foram efetivas para extrair informações importantes relacionadas a um ‘mensageiro’ de Osama bin Laden. Revisamos os documentos da CIA e sabemos que isso é incorreto”, assinalaram.
“Não se pode responsabilizar a CIA pela forma como a agência e suas atividades ficam refletidas no filme. Mesmo assim, estamos preocupados, dada a cooperação da CIA com os responsáveis pelo filme e a consistência de sua narrativa com declarações públicas equivocadas feitas no passado por alguns ex-funcionários da agência”, assinalaram.
Os senadores são a presidente da Comissão de Inteligência do Senado, a democrata Dianne Feinstein; o presidente do Comitê das Forças Armadas do Senado, o também democrata Carl Levin; e o legislador republicano John McCain.
Os três exigem obter “todas as informações e os documentos proporcionados aos responsáveis pelo filme por funcionários da CIA”, no que uma fonte da agência, que pediu anonimato, disse à rede CNN que o pedido dos senadores deverá ser cumprido.
O diretor interino da CIA, Michael Morell, tratou de distanciar a agência do filme em carta enviada aos senadores há duas semanas.
“O que quero que saibam é que A Hora Mais Escura é uma dramatização, não um relato realista dos fatos”, escreveu Morell, antes de ressaltar que a CIA colaborou com os responsáveis pelo filme, mas “não controla o produto final”.
No entanto, Morell admitiu que “parte (das informações) vieram de detidos sujeitos a técnicas coercitivas”, como o afogamento simulado, “mas houve muitas outras fontes”, e ressaltou que “nunca poderá saber” se esses métodos, agora proibidos, eram “a única forma apropriada e eficaz” de obter os dados.