Fotos de Godzilla, com Juliette Binoche e Aaron Taylor-Johnson
Créditos: Divulgação/ Godzilla
Sessenta anos depois de Godzilla arrasar Tóquio pela primeira vez nas telonas, a capital japonesa espera ansiosamente a estreia da nova versão de Hollywood com reedições, ciclos e exposições em torno do monstro japonês mais famoso da sétima arte.
O “rei dos monstros” poderia ser considerado uma espécie de animal mascote não oficial na maior cidade do Japão, a que mais vezes foi vítima de sua destruição e cenário de suas batalhas com a longa série de criaturas antagonistas que apareceram ao longo de seus 28 filmes entre 1954 e 2004.
Boa prova disso é a estátua que foi colocada em 1995 no bairro de Yurakucho, que arrasou sem piedade no primeiro de seus filmes.
Hoje em dia, Godzilla só desperta simpatia, apesar de ter nascido no rescaldo do pesadelo nuclear japonês de Hiroshima e Nagasaki e que ficaria mais fácil de se associar com a tragédia que assolou o país há três anos em forma de um devastador tsunami e uma crise nuclear.
O Cheepa’s café, no coração do bairro de Ginza, é com sua esmagadora coleção de bonecos de conhecidos personagens do cinema, animações e séries televisivas do Japão outro dos muitos cantos de Tóquio que rendem tributo à criatura, e nestes dias acolhe em sua galeria anexa uma mostra em homenagem a seu 60° aniversário.
A exposição se centra na obra de Yuji Kaida, um dos mais conhecidos ilustradores de ficção científica no Japão, autor de infinitos retratos e reinterpretações gráficas de Godzilla, de quem inclusive elaborou simpáticas versões infantis.
Além de telas nas quais o monstro combate o também monstruoso Anguirus e as reproduções que Kaida realizou de fotogramas do filme original de 1954, a galeria exibe desde bonecos e camisetas até verdadeiras raridades de colecionadores.
“Embora o último filme tenha sido produzido nos Estados Unidos, os fãs do Japão estão muito interessados e esperam o novo Godzilla, porque na realidade é um personagem universal. Eu também quero vê-lo”, confessou à Agência Efe o diretor de marketing do estabelecimento, Minoru Ohmichi.
Paradoxalmente, o Japão, onde a pirataria é um fenômeno pequeno, será o último país onde o novo Godzilla estreará – chegará em 25 de julho, mais de dois meses depois do resto do mundo – o que parece ter aumentado ainda mais a ansiedade dos “admiradores” do monstro.
Os que vivem em Tóquio fizeram intermináveis filas neste ano para pegar séries limitadas de cartazes, reedições que a produtora Toho, criadora do fenômeno, lançou em Blu-Ray e entradas para a retrospectiva que as salas Jimbocho organizaram para celebrar o 60° aniversário.
Além disso, em maio chegará aos cinemas japoneses a versão completamente restaurada do filme original dirigido em 1954 por Ishiro Honda.
Aquele que o verá pela primeira vez pode chegar a pensar que efetivamente Godzilla arrasou boa parte de Tóquio, pois quase nada do que se vê no filme é reconhecível em uma cidade em perpétua transformação e que a partir dos anos 70 começou a “emparedar” muitos bairros por conta de arranha-céus.
Por isso que o lagarto, que originalmente media 50 metros (era um pouco mais alto do que a cúpula do parlamento em Tóquio) se esticou década a década até alcançar cem metros nos últimos filmes.
Apesar do pouco revelado até o momento sobre o novo filme dirigido por Gareth Edwards, se sabe que o novo Godzilla terá entre 120 e 150 metros de altura.
Também se sabe que o desenho do animal e o argumento voltarão a ser usados da abordagem original desta obscura fábula enraizada na desolação da guerra e nos perigos da ciência e na luta pelo domínio da natureza.